segunda-feira, 14 de junho de 2010

Amigo estou aqui


Acabei de ler a reportagem sobre o lançamento de Toy Story 3, na Revista Época desta semana. A reportagem traz uma cronologia, desde o primeiro filme. Nesse o Andy já tem 17 anos, está indo para a faculdade e tem que se desfazer das suas coisas, brinquedos... Foi impactante, me deu aquela sensação nostálgica que todos sentimos ao lembrar da infância.
E eu me lembro, perfeitamente. Por um bom tempo eu assistia Toy Story todas as manhãs, em alguns dias eu até pedia bis. Minha mãe me dava meu leite, eu não me recordo se eu ainda tomava na mamadeira, acho que não, mas de qualquer forma tinha leite, sempre. Ela colocava a fita no Vídeo K7 e rebobinava-a, eu deitava naquele sofá pra duas pessoas, ainda cabia de corpo inteiro nele - hoje eu não caibo nem no de três lugares - de vez em quando eu pedia que fechassem a cortina, variava, dependia do meu humor - eu já tinha humor, ponto de vista e todas as chatisses de um ser humano -. Ás vezes eu obrigava minha mãe a assistir comigo, coitada. Eu também me lembro que sempre tive ódio do Buzz Lightyear, eu odiava o fato de ele chegar depois e querer roubar o lugar do Woody, o lugar do primeiro nunca pode ser tomado, penso assim até hoje e o Buzz nunca será o meu herói.
Voltando a nostalgia. A infância tem essa mágica, tudo era tão fácil, lindo, azul. Eu chorava por motivos supérfluos, hoje eu tenho que segurar o choro, pelo motivo que seja. Minha mãe é a melhor parte que vem a minha cabeça quando eu me lembro da infância, ela sempre ali ao meu lado fazendo todas as minhas vontades, me mimando. Como era bom! Não que ela não faça isso até hoje, mas com o passar do tempo ela tinha cada vez menos tempo e agora nem um dos dois tem tempo para se aproveitar como antigamente. Isso faz parte da vida, mas muitas vezes o que eu mais quero é caber de novo e de corpo inteiro naquele sofá de dois lugares. Surpresa, surpresa, o tempo não pára e nem pode ser rebobinado.
A gente cresce, eu não sou o Peter Pan, apesar de muitas vezes continuar sendo uma criança. O fato é: eu não sou mais o bebê da mamãe, apesar de que nós (eu e ela) querermos que eu continuasse sendo. A infância acabou, porém, foi memorável, e eu trago de lá muita coisa, afinal, é o passado que explica o presente. Mas, ficou no passado, agora eu tenho que me referir a essa fase com palavras do tipo "antigamente", é triste. De qualquer forma é inesquecível.

"A idade adulta de Andy e a autoconsciência dos brinquedos correspondem a um estágio inédito na evolução da animação digital - a maturidade. Num típico enredo da Pixar, empolgante e genial, está contido um recado triste para os nostálgicos: chegou a hora de doar os brinquedos antigos - e inventar novos." Mas, já?

ps: Mãe, não chora! Meu amor por você - que só cresce - foi uma das coisas que eu trouxe da infância, sem dúvida alguma.

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Os outros podem ser até bem melhores do que eu
Bons brinquedos são
Porém, amigo seu é coisa séria
Pois é opção do coração (viu?)

O tempo vai passar
Os anos vão confirmar
Às três palavras que eu proferi
Amigo estou aqui

(Disney)

Um comentário:

  1. Como não chorar diante de tanto amor... O choro significa amor derramando, transbordando... E assistir Toy Story do seu lado nunca foi sacrifício, pois nada q faço ao lado de vcs é difícil ou torturante... Basta tê-los!

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