segunda-feira, 4 de março de 2013

140 km/h

Minha mãe diria que eu dramatizo demais, que sou um extremista nas questões da vida.  Pode ser. No entanto, eu não faço para me exibir, como pode parecer. Eu o faço porque realmente sinto.
Ao mesmo tempo de minhas ambições profissionais serem tão grandes - a ponto de qualquer conquista, não sendo o mundo, ser pouco -, as ambições do meu espírito são tão enormes ou possivelmente maiores ainda. O revés é o seguinte: será que é possível ter os dois?
Eu sou muito jovem para ser tão adulto. Agora não era o momento para ter uma carga de trabalho de 12 horas/dia. Era a hora de estar navegando oceanos nunca dantes navegados; desbravando todos os lugares que eu sonhei conhecer enquanto meu espírito ainda é puro; usando o ócio para desenvolver - com toda a minha capacidade mental desperdiçada - os pensamentos que não tenho mais tempo pra pensar; evoluindo minha alma; conhecendo seres diferentes desses rotineiros desprovidos de psique; vivendo paixões. Seria, de fato, um extremismo dizer que já é tarde demais para viver tudo isso. 
Entretanto, o que me aflinge, não é todo esse tempo perdido. O que anda tirando meu sono é: se eu comecei agora, tão cedo, será mesmo que algum dia vou parar? 
A ocidentalidade nos leva a acreditar que o que nós fazemos diariamente é só um estágio para, logo, podermos fazer o que queremos fazer. Só que esse "logo" nunca chega. Estamos procrastinando os nossos sonhos a troco de manter o "sistema" ativo. Correndo sem nunca chegar.
É como olhar, de dentro de um carro, a rodovia passando veloz. A ilusão é pensar que é ela que passa veloz, quando temos a opção de, no lugar de acelerar, andar sobre ela.  A 140 km/h, daqui a poucas horas eu terei vinte anos e em dias eu terei oitenta. 

-Por favor, me deixa descer!
-Se você quiser sair, vai ter que pular, o carro ta sem freio.
-Mas... Se eu pular, eu posso acabar me machucando ou até morrendo.
-Me desculpe. Só andam a pé aqueles dispostos a correr riscos, esses beligerantes chamados "corajosos". São tão idiotas, eles pulam quando é muito mais cômodo ficar dentro do carro.

(Ploft!)


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Agora, tudo o que eu queria era ser um desses caras nessa foto da qual você sente falta. Seus amigos. Eu queria ser seu melhor amigo, o maior confidente, de novo. Será que isso é muito pra pedir? Bem, talvez seja.
Isso tudo faz com que eu me pergunte se a máxima "nunca é tarde demais" é só mais uma falácia piegas, ou realmente funciona, na prática.

sábado, 28 de julho de 2012

you're too hard to stay away
too dangerous to stay close

sábado, 21 de julho de 2012

o asco da partida

Vir aqui não é muito saudável, já percebi isso. Mas, ainda assim, é irresistível ver meus amigos, as pessoas que eu amo, esse apartamento, esse quarto. Cada vez que eu vinha eu ia levando um pouco das coisas que ficaram aqui, bem devagar, pra ter algo pra levar sempre. Só que, parece ter chegado o dia no qual não há mais nada para levar, acabaram-se os livros, as roupas, as fotos. Até eles estão indo embora, sobram poucos aqui. Eu tenho medo é de chegar o dia em que eu não tiver nem amor pra levar embora comigo, espero que não chegue. Bom, só sei que agora, é horrível essa sensação de estar me levando embora definitivamente. É claro que eu vou voltar, só que as coisas não serão mais tão minhas, e nem eu serei tão daqui, até esse apartamento estão vendendo. Vida, vida, vida.

-

Someday - The Strokes

In many ways, they'll miss the good old days
Someday, someday
Yeah, it hurts to say, but I want you to stay
Sometimes, sometimes

When we was young, oh man, did we have fun
Always, always
Promises, they break before they're made
Sometimes, sometimes

Oh, my ex says I'm lacking in depth
I will do my best
You say you wanna stay by my side
Darlin', your head's not right
See, alone we stand, together we fall apart
Yeah, I think I'll be alright
I'm working so I won't have to try so hard
Tables, they turn sometimes



quarta-feira, 27 de junho de 2012

"Olha a gente entrando nesse elevador, igualzinho há quatro anos atrás!"

A cena pode ser semelhante, mas parodiando Heráclito, as mesmas pessoas não entram no mesmo elevador, pois as pessoas nunca são as mesmas e nem o elevador é o mesmo. Nada por aqui está igual, nem eu, nem vocês, nem o meu quarto é o mesmo. A sensação não é a mesma, se é melhor ou pior, não sei dizer com certeza, não me parece melhor, todavia. A gente não ri mais com a mesma naturalidade, estamos cheios de partes quebradas dentro de nós, entre nós.  Há segredos não mais compartilhados.
Às vezes, sinto como se as memórias do passado fossem as únicas coisas nos segurando juntos, embora isso me pareça um pouco radical. (Vocês não leem o que eu escrevo, anyways)
A amizade continua ai, porém, cada vez mais, parece ser um engano pensar que o tempo torna as coisas melhores. Se sara as feridas, é para abrir outras maiores. We're broken.

terça-feira, 12 de junho de 2012

When I first saw you, I liked you, not because you were beautiful (believe me, you are), but because you seemed beautiful, inside. I'm fully attracted to you, with my heart and soul, and it is a pity that you see me as a friend and nothing more, or maybe, I'm just not enough, for such spotlighted eyes and such a brilliant soul. Belle.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Têm essas coisas que eu sinto e penso, mas não falo, por medo de trair, contradizer, o "eu" que criei, mas na verdade, já fui, não sou mais, ou só quis ser. Me descrevo o maior dos racionais, quando sou o maior dos sentimentais. Sou um hipócrita criticando a hipocrisia. Em minha defesa, sou o menor dos hipócritas, o que ainda me confere o direito de apontar o dedo e dizer: hipócrita! Apesar de não querer ser, e ainda, ás vezes, subir ao topo do egocentrismo achando que não sou, eu sou um mero mortal.