segunda-feira, 24 de agosto de 2009

geração 'rock in rio'

Por Marilda Piccolo


Meu filho e eu sempre tivemos uma sintonia cósmica, de feelings. Esses dias, enquanto eu lia “Para sempre teu, Caio F.: cartas, conversas e memórias de Caio Fernando Abreu”, escrito por Paula Dip, eu pensava ‘É preciso escrever para não esquecer’, preciso escrever tanta coisa... Mas a vida corrida de professora, educadora e outras coisitas mais não me deixam tempo pra isso e também falta disciplina para um blog. Então durante uma das tantas viagens minhas a trabalho o Oswaldo liga e diz: “Mãe, criei um blog, vê lá...” e era tudo que eu pensara... e logo me ofereci para escrever (ele teve que aceitar, fazer o que, né?). Por isso vou contar umas coisas que vocês precisam saber, pois afinal minha geração abriu caminho para a de vocês, transformando comportamentos lingüísticos, tecnológicos e corporais. Vou aproveitar algumas lembranças da Paula Dip e falar sobre gírias.

Nas décadas de 80 e 90 (século passado) purfas era alguém que estava por fora de tudo ou de algum assunto específico, e ainda sinalizávamos com a mão juntando todos os dedos e deixando o dedão (polegar) afastado dos demais dedos unidos. Namoro sem compromisso, que hoje vocês chamam de ficar, para nós era amizade colorida. Para distraído dizíamos desligado; fazer a cabeça era convencer uma pessoa a pensar da forma que você pensava; quando falávamos que alguém era do babado significava que era ou da pá virada ou homossexual... Chocante era ótimo; fofa era uma mulher interessante; estar numa boa era estar feliz; pacas era igual muito; e quando falávamos que o John Travolta era um pão significava, vocês sabem, que ele era lindo. Duca significava muito bom, por exemplo: aquele filme é du cara*..., então duca! Picas significava nada. Dar uma esticada era ir a muitos lugares em uma noite só, e não um alongamento.

É realmente é preciso escrever para não esquecer, por isso ninguém melhor do que Clarice Lispector para ensinar: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
Até a próxima.


"Foxy, Foxy
You know you are a cute little heart breaker
Foxy, yeah,
And you know you are a sweet little lover maker
Foxy

I wanna take you home, haha, yeah
I won't do you no harm
You've got to be all mine, all mine
ooh Foxy Lady
Foxy, Foxy"

Jimi Hendrix

Um comentário:

  1. A beleza do mundo é mudar!! Seguir a frente, seguir os tempos, e ser feliz!!

    @jeversonlima

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