terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Outro ângulo

Quando estou lá meu desejo é, sobretudo estar aqui. Não é que eu não esteja gostando de lá. Mas a saudade que sinto das pessoas daqui me chateia sempre e em qualquer parte. Afinal não existem lugares, existem pessoas.

Estar aqui na companhia de meus amigos e familiares é algo inexplicável de tão feliz que é, mas quando me distraio me pego a lembrar de que logo e tão rápido isso acabará e não mais poderei desfrutar de tal companhia. Não me concentro no que é triste por muito tempo, aproveito o quanto posso o presente o momento, o que é real e ainda não apenas uma lembrança.

O pior é quando me parece estranho o que me parecia familiar, acontece quando eles riem de uma piada e eu não, ou quando citam algo e eu não entendo isso faz com que eu sinta como se agora fosse “eles” e não mais “nós”. Tal angústia é algo passageiro, lembro que temos mais coisas em comum do que incomuns, e sei que sou parte desse grupo, só não em tudo e em todo tempo, porém tenho maturidade para entender e aceitar. Mesmo longe ainda os sinto bem ao meu lado.

Quando eu estiver lá de novo, desde o primeiro dia eu ansiarei voltar para cá. Os meses até que passam depressa, felizmente. Já os dias nem tanto. O fato é que eu volto, assim que eu puder.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Foi o certo

Pra quem chegou a acreditar que tinha tomado uma importante decisão e que foi errado ao fazê-lo, que achou que não deveria ter mudado uma vírgula, digamos que eu estou muito bem agora, percebi que fiz o certo. Eu fiz o que me faltava, me arrisquei, deixei para trás todo o comodismo que me cercava. Dei um tiro no escuro, minha sorte é que acertei bem no alvo. Nunca foi fácil, pensei em desistir inúmeras vezes, mas foi pelos que me superestimaram e pelos que me subestimaram que eu consegui, tive apoio suficiente para acreditar em mim mesmo, e agora estou aqui conquistando o que queria, realizando sonhos, estou onde eu quero estar.

A vírgula que eu mudei lá atrás deixou meu texto mais atraente, e por enquanto acho que não existem mais vírgulas para serem mudadas, está perfeito assim.

Quanto a minha casa, eu volto quando eu puder, ela não vai sair do lugar.

E sim, eu posso!


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

agora satisfeito

No começo eu não poderia estar mais animado, tudo era tão novo, e essas novidades consumiam o meu tempo, eu não tinha tempo para pensar nas partes ruins.

Em fevereiro ocorreu à primeira ‘volta para casa’, tudo estava perfeitamente bem até ir para lá, voltar nunca foi tão difícil. Lá fui decepcionado e decepcionei, e só o que sobrou foi a sensação de solidão, por um tempo eu nada tinha que me animasse, a não ser um pouco de diversão que foi insuficiente para aliviar a tensão e tão pouco ardente que não tardava a extinguir-se logo que derramava as primeiras lágrimas. Porém, como eu disse isso passou.

As coisas começaram a se acertar, e pouco a pouco me fixei aqui, criei laços que se fortalecem todos os dias. Hoje eu não poderia estar mais satisfeito com as minhas escolhas, a saudade nunca passa, mas posso conviver com ela, e nada melhor do que ter duas casas, onde nas duas sei que tenho pessoas que sempre poderei contar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Diga

Fale tudo o que pensa, tudo o que tem em mente, muitas vezes pode ser em vão, mas pelo menos você nunca será acusado de não ter dito. No final das contas é melhor falar de mais do que nunca dizer o que você precisa dizer. Não tenha medo de se expressar. Diga as pessoas o quanto as ama, ou o quão importante elas são. Assuma quando estiver chateado ou magoado, guardar nunca é bom, portanto se expresse. Se for preciso, deixe o orgulho de lado, esqueça o medo e simplesmente fale.
São conselhos que eu espero seguir.
-
Take all of your wasted honor.
Every little past frustration.
Take all of your so called problems,
Better put 'em in quotations.
Say what you need to say

Walkin' like a one man army,
Fightin' with the shadows in your head.
Livin' up the same old moment
Knowin' you'd be better off instead

If you could only...Say what you need to say

Have no fear for givin' in.
Have no fear for giving over.
You better know that in the end
It's better to say too much,
than never to say what you need to say again.

Even if your hands are shaking,
And your faith is broken.
Even as the eyes are closin',
Do it with a heart wide open.

Say what you need to say
Say what you need to,
Say what you need to...
Say what you need to say.
("Say" - John Mayer)

domingo, 15 de novembro de 2009

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De lá pra cá tanta coisa mudou, ao mesmo tempo tanto permanece o mesmo e inabalável. O amor acaba. As lembranças estão guardadas a sete chaves. O que era especial continua a ser. As lágrimas derramadas evaporaram, mas continuam soltas por aí, e apesar de tudo, os arrependimentos são poucos. Desculpas foram pedidas e outras ficaram só na consciência, já não importa, agora são desnecessárias. É inesquecível. São coisas que somente duas pessoas entenderão, ninguém mais.

É melhor parar quando o que costumava ser lindo aos poucos vai perdendo a beleza, assim as lembranças boas serão as que permanecerão.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

futuro incerto (?)

Estou com medo, não sei o que virá pela frente. Ano que vem não sei se vou ficar na mesma sala com os mesmos amigos, mas provavelmente não. Tenho medo de me distanciar, ou pior, perder as pessoas, substituí-las ou ser substituído, preocupo-me com o esquecimento. Gosto e procuro sempre ter o futuro um pouco planejado, e dessa vez eu simplesmente não sei. É o que me assusta. Essa história de que ‘O futuro a Deus pertence’ não cola comigo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu vou, mas eu volto

Não vejo a hora de voltar pra casa, férias, amigos, família. Está perto, e o tempo passa cada vez mais devagar, e procuro aproveitar cada momento em cada lugar, afinal, agora sou uma pessoa de dois lares. Volto para lá com uma vitória nas mãos, simples para alguns, porém o que importa é que é uma conquista pra mim, uma das grandes, vou voltar podendo dizer ‘Eu consegui!’, e estou feliz. Quando alguns pensaram que eu não poderia, eu mostrei que eu posso. E não há nada melhor. Sinto falta de lá, e estou ansioso pra voltar, no entanto não vou ficar muito, preciso vir de volta para onde eu moro de fato, e virei satisfeito.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eu por mim mesmo

Detesto sensacionalismo, ironia faz parte de mim, não suporto cinismo, viajo de um extremo a outro em segundos, não desisto fácil, amo intensamente, desconfio de forma mais intensa ainda. Gosto de teatro, arte e rock’n’roll. Ignoro o que merece ser ignorado. Respondo ao que deve ser respondido. Penso muito antes de agir, e comigo, a razão está sempre acima da emoção. Tento não ser cético, e unanimidade não me atrai, imposições me irritam apesar de ter que conviver com algumas delas. Sou capitalista, comunismo é hipocrisia na sociedade em que vivemos. Viro as costas para o que não quero ver, não nego. Não sou fanático por nada. Frustração é o pior que eu posso sentir. Prefiro não opinar sobre sorte, destino e coincidência. Fugir da realidade é bom, mas por pouco tempo, pois quanto mais tempo se fica na ilusão mais dolorosa é à volta para o mundo real. Meus heróis são pessoas reais das quais eu acredito conhecer, me decepcionam de vez em quando porque são seres humanos e não personagens criados para serem perfeitos. Considero-me sofista em vários aspectos, pelo menos tento ser, tento olhar tudo pelos dois lados, realmente acredito que tudo é relativo. Mudo muito, mas não por completo, lá no fundo sempre há algo imutável. Sou complicado, complexo, confuso, difícil de entender, nem eu me entendo. Não dou total confiança pra ninguém, nem pra mim. Ideias alheias me inspiram. Quando afirmo alguma coisa costumo estar certo, só falo sobre o que domino, sou muito precavido quanto a isso. Pessimismo é um dos meus defeitos ou talvez qualidades, é que prefiro não cair do cavalo. Não espero nada em troca, é frustrante. Apego-me facilmente, mas quando é preciso nem sempre é difícil o desapego. Não sei se algum dia amarei eternamente, não sei nem se acredito nisso. Não sei ou não tenho opinião formada sobre muitas coisas. Posso passar horas discutindo política e defendendo meus ideais. O pensamento é o melhor alimento, e o sentimento é mais bem interpretado quando se pensa muito. Clarear o que era obscuro me excita. Prefiro não argumentar com alienados, são causa perdida. E pessoas com argumentos vulgares ou ilógicos perdem a credibilidade comigo. Livros me sugam para dentro deles, e eu os engulo. No fundo, as pessoas são tudo que eu tenho, ou o que eu preciso ter. Assim eu sou, assim eu gosto de ser.

sábado, 24 de outubro de 2009

wish you were here;

[23/10/2009 20:37:56] Larissa diz: você podia ta aqui :(

[23/10/2009 20:38:08] Oswaldo Piccolo diz: sim, podia :(

É eu poderia estar lá, com os amigos, com meus pais, mas o fato é que não estou, e foi minha escolha por isso não vou escrever nenhuma “Canção do Exílio” como fez Gonçalves Dias, apesar de termos motivos semelhantes. Eu estou bem aqui, feliz inclusive, só que o bom da vida é estar perto de quem se gosta, e eu estou perto de muitos dos que eu gosto porém não estou perto de todos os que desejo estar, não passo nem perto disso, aceito que a vida é assim, impossível ter tudo e todos que se deseja.

O que me perturba dessa vez é o fato de não saber quando os verei de novo, quando eu vou lá eu costumava voltar pelo menos com o consolo de ter planejado ir de novo em uma determinada data, e dessa vez eu simplesmente não sei.

-

How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here
(Wish you were here - Pink Floyd)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Rodeado de pessoas agradáveis que querem meu bem, e eu desejo o mesmo pra eles, amo alguns, mas no final das contas o que resta sou eu e eu mesmo, eu e meu pensamento, eu e os meus sentimentos que só eu sinto. Porém, ninguém disse que é triste, e não é. Só é assim que é.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ir é sempre um sonho, voltar nem tanto

A ansiedade começa a chegar uma semana antes, e quanto mais perto está à hora de ir maior ela fica, dentro do avião fico inquieto, quando já estou desembarcando não consigo segurar um sorriso, me estresso enquanto espero a bagagem, ao passar pela porta da sala meu sorriso vai de encontro com os dos que estão a me esperar, sou abraçado e amado, e acho que a volta pra casa vai ser quase sempre assim.

Fico assim ansioso só por que sei que muita alegria está por vir. Quando vou encontrar meus amigos fico mais uma vez inquieto, e é tão reconfortante olhar pra eles no exato momento em que encontram meus olhos, e ver a transformação em seu rosto, é uma das visões mais lindas que eu poderia ter.

Quando estou lá com eles tudo está bem, e posso até não estar, mas é nesse momento que eu me sinto seguro, capaz de tudo, realmente me sinto livre pra tudo. Com eles tenho os momentos mais felizes, juntos construímos as melhores lembranças, cuidamos um do outro, suportamos idiotices.

À hora de partir se aproxima, e eu prefiro esquecer, fugir da realidade, porém inevitavelmente uma hora a lucidez chega. Tento não encarar os abraços como despedidas, prefiro não lembrar que não sei quando os verei de novo. Chegando aqui a dor é grande, e é como se a felicidade que eu tive lá fosse diretamente proporcional a tristeza que eu tenho ao chegar aqui, à noite eu durmo mal, mas ao amanhecer o dia ganho forças pra continuar e tudo logo estará bem de novo. E eu continuo porque lembro que os que amo são fato e não ficção.

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"Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em vocês
E aí, então, estamos bem..."
(Por enquanto - Cássia Eller)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mas, e se?


A vida toda é feita de ‘e se...?’, e muitas vezes é até agonizante pensar nessas coisas, é no mínimo estranho saber que simples ações e escolhas que fazemos ou tomamos poderia mudar todo e completamente o percurso da nossa vida, é o efeito borboleta.
Toda a história começa quando nós ganhamos a primeira corrida, e é a vitória mais importante, pois se não a tivéssemos ganhado não estaríamos aqui, depois tudo é escrito de acordo com nossas escolhas ou escolhas que outros fizeram por nós. Pra mim é extremamente desagradável e desgostoso pensar que se eu não tivesse dito um simples oi para as pessoas que hoje são meus melhores amigos, se eu não tivesse dito eles simplesmente não seriam, olha quão ordinário é esse sentimento. Porém o pior é pensar que e se... Minha vida seria muito melhor, e estaria num caminho mais adequado.
Realmente a metáfora de que a batida de asa de uma borboleta pode causar um tornado do outro lado do mundo é bem verdadeira, e acredito que isso acontece com todos e dezenas de vezes. Só sei que se várias coisas tivessem acontecido diferentes eu provavelmente não estaria aqui e digitando um texto nesse teclado nesse momento, talvez eu não existisse. De fato é muito relativo.
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"It's just a memory of all that we could have been
It's just a memory and all that we could have seen
It's just a memory
I've seen
It's just a memory
I'll see"
(In a memory - The Butterfly Effect)

homecoming

Voltar para o lugar do qual você foi embora nem sempre é a coisa mais segura para se fazer, ao sair você deixa de estar lá para se defender, mas ainda assim tenho alguns em quem confio, e acho que estou certo em fazê-lo, é por essas pessoas que eu volto.

sábado, 3 de outubro de 2009

Eu, o mundo e o meu mundo

Tenho uma relação de amor e ódio com o mundo que todos nós conhecemos e vivemos, amo demais algumas coisas nele e não consigo suportar outras, acho que foi por isso que fui criando meu próprio mundo, um mundo interior independente do outro mundo, mas dentro dele.
Sou a favor de poder acreditar no que quiser, e ás vezes não sou permitido a fazê-lo, o que não importa pra mim, independente de qualquer coisa eu tenho minhas próprias convicções, crenças e princípios. E quando eu acredito em alguma coisa eu acredito pra valer, e é bem improvável me fazer desacreditar, acredito no ‘pra sempre’ mesmo que os mais velhos, e talvez mais sábios, digam que ele não exista, não acredito em ‘Papai Noel’ e não vou fazer meus filhos acreditarem nele, o mundo é real demais se começar desde cedo vivendo uma ilusão, não tenho uma opinião formada sobre o destino ou a coincidência, acho que preciso viver mais um pouco pra saber sobre esses, ou talvez nunca saiba. O meu mundo é relativo quanto a ser bom ou ruim ás vezes ele é o melhor lugar para se viver, ás vezes é o pior, apesar de tudo, dentro dele me sinto seguro, já que nessa vida são poucos os que podemos confiar, se é que podemos confiar em alguém, então é melhor dar crédito para algo que eu mesmo criei, melhor confiar em mim mesmo.
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Take a look what you've started
In the world flashing from your eyes
And you know that you've got it
From the thunder you feel inside

I believe in the feeling
All the pain that you left to die
Believe in believing
In the life that you give to try
The world is mine
(The world is mine - David Guetta)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma Crônica

Da janela do meu quarto eu posso ver muito, o sexto andar de um prédio é, sem dúvida alguma, um lugar privilegiado para se ver a cidade, ver a cidade por cima, e não por baixo como alguns têm como única opção.
A paisagem urbana é bem bonita, é agradável aos meus olhos, porém ás vezes me assusta. São tantos seres humanos vivendo num mesmo lugar, cada um de um jeito, um diferente do outro, uns confiáveis outros não.
Daqui de cima só de olhar pro lado posso ver várias coisas, vejo crianças brincando na quadra de uma escola, meninos e meninas que ainda se sentem livres e despreocupados, também posso assistir os carros atravessando um viaduto, vejo belas mulheres tomando sol, mas essa é a parte boa, em termos. Na minha posição posso ver muito mais, ás vezes não quero enxergar, no entanto eu sei que posso. Eu vejo um homem puxando um carro de lixo acompanhado de crianças que esperam o sinal fechar para esmolar faça chuva ou faça sol, e talvez erroneamente, eu julgo o homem que usa as crianças para se sustentar quando na verdade essa possa ser a única oportunidade que ele teve, julgo as madames torrando no sol que poderiam estar fazendo algo melhor, e me julgo por só ver tudo de cima e nunca ter tentado ver por baixo, porém o que eu deveria fazer era simplesmente não julgar, e sim tentar mudar o mundo, sou jovem e tenho esse poder.
Por trás da beleza da cidade está a desigualdade, por trás não, está estampada em tudo e em todo lugar, temos prédios superiores aos outros, temos gente que vê de cima, outros só podem ver de baixo, é a ditadura da superioridade, e essa é só mais uma característica do capitalismo, um sistema no qual nos acomodamos a viver, uma ação tradicional gerada pela falta de coragem pra se tentar uma mudança.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Biografia não-autorizada

07h10min da manhã, 25 de Setembro de 1993:
“Nasceu! 4 quilos e 100 gramas, 52 centímetros. Um menino, um menino lindo, loirinho e dos olhos azuis, gordo e forte, ele nasceu!”

Não sei se foi assim, eu não lembro, mas é mais ou menos assim que eu imagino. Minha mãe aos prantos, meu pai sem palavras, meus avós orgulhosos. Minha mãe, meu anjo, já é emotiva por natureza, e como eu fui seu primeiro filho, ela ficou meio insegura, ela achava que eu ia morrer, mesmo eu sendo gordo daquele jeito, coitada, ela sofreu um bocado.


Desde que a ultra-sonografia mostrou que eu seria um menino meu nome já estava definido, por causa de uma tradição de família e também um sonho do meu avô que um dos netos levasse o seu nome, e eu fui o escolhido pra tornar esse desejo em realidade. O tempo foi passando, e eu crescendo, no meu aniversário de um ano dei meus primeiros passos, logo aprendi a falar, e não parei mais, sempre tive essa necessidade de me expressar. Quando estava na idade certa fui para escola, fiquei muitos meses chorando e fazendo birra todos os dias para não ir, tive dificuldade para me adaptar, mas fui aprendendo e acabei me acostumando com o ambiente escolar, fiz minhas primeiras amizades, e um dos meus colegas de jardim de infância está comigo até hoje, já é um irmão. Mudei-me da minha cidade natal, fiquei fora por três anos, e quando voltei às coisas já não eram as mesmas, fui pulando de galho em galho, até encontrar o meu lugar.





Pode se dizer que alguns acontecimentos foram bem emocionantes na minha vida, na verdade dramáticos, eu era o rei do drama com absoluta certeza, aos nove anos levei um tiro no pé, aos 10 quebrei o céu da boca e aos 11 quebrei a porta da sala de aula, e após esses problemas sucessivos me acalmei.
Ainda criança eu fiz uma amizade, e eu guardo ela, é minha melhor amiga até hoje e para sempre. Um tempo depois fui fazendo mais amigos, eles são muitos, são minha segunda família e como se fossem a primeira família, eu não posso viver sem eles, e realmente que essa dependência vital dure a eternidade. Passei meus melhores anos com eles, ano passado foi fenomenal e também algo do tipo “O último ano do resto de nossas vidas”.


Aos 13 dei meu primeiro beijo, foi com a pessoa que tinha que ser, a mais especial, a que eu não vou esquecer nunca, um pouco mais velhos namoramos um tempo, e somos fortemente ligados até hoje, até agora não aprendemos a nos distanciar.
Esse ano eu deixei muita coisa para trás, me mudei, e estou aqui, fiz novas amizades, mas mantenho as mais antigas, inclusive trouxe uma amiga-irmã comigo (sem ela aqui eu com certeza não agüentaria, nos apoiamos sempre que precisamos), e aqui eu estou bem, rodeado de pessoas que eu gosto, uma amiga nova, mas muito especial, eu gostaria de ter tudo e todos os que amo a minha volta, porque o bom da vida é estar perto de quem se gosta, o mundo todo é muito chato. Porém, apesar de todas as consequências que minhas decisões trouxeram, estou bem e feliz.


Considero minha vida toda muito boa, reclamo bastante dela, mas não deveria, eu tenho conhecimento do quanto sou privilegiado, estou satisfeito com o que eu sou, e me sinto amado. Não, eu realmente não posso reclamar. E claro, minha vida é muito mais do que o pouco que escrevi aqui, eu só não consegui colocar tudo em palavras.
Hoje eu faço 16 anos de idade, com mais idade vem mais responsabilidades, cobranças, a cada ano que passa os outros e eu espero mais de mim. Agora eu poderei mais coisas, vou votar, deixar de ser censurado em vários aspectos e vou amadurecendo e mudando sempre, me tornando um adulto, mas um adulto que nunca vai deixar de ser uma criança.Existem duas cenas que eu queria assistir, mas eu nunca poderei, o meu nascimento e o meu enterro, como não poderei, só espero que sejam emocionantes, e que o final da minha vida seja recebido com tanta felicidade quanto foi o começo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

é, está passando...

É impressionante como tudo está passando rápido, cada dia parece menor que o outro, o que é bom ou até ótimo por um lado, mas ruim ou péssimo por outro lado. Parece que foi ontem que eu era apenas uma criança. Esse ano, quando eu me mudei e entrei no ensino médio, eu pedi que os próximos três anos passassem como um foguete, e minhas preces foram atendidas (cuidado com o que se deseja, pode acabar se tornando realidade), e um ano já está quase acabando. Está sendo bom, ótimo, mas eu nunca pensei que gostaria tanto de estar aqui, e, além disso, apesar de todas as implicações, eu adoro ser um adolescente, ainda posso ser inconsequente, errar e não sofrer punições severas, e acredito que no futuro eu vou querer voltar para essa fase. Eu não temo a morte, mas tenho medo de envelhecer, me tornar dependente dos outros, hoje é algo que eu não consigo nem imaginar, eu não agüentaria. A música “Stop this train” de John Mayer é bem verdadeira, ela diz “honestamente, nós nunca vamos parar esse trem, mas uma hora tudo vai estar como deveria estar, todos ainda estarão lá”, e é o que eu espero, apesar de não poder controlar o tempo, eu posso administrá-lo, e vou fazer com que cada segundo valha apena, assim eu me sentirei bem, e seguro. No entanto, o que mais me deixa chateado, e até com raiva da passagem do tempo, é o que o tempo leva com ele, principalmente o que ele leva com ele para nunca mais voltar, as pessoas e a vida dessas pessoas.

sábado, 19 de setembro de 2009

A luz de velas

Que emocionante, estou escrevendo a luz de velas! Nunca o havia feito antes, faz a cidade parecer mais natural. Aqui ta caindo uma tempestade e estou sem luz, é a natureza mostrando a força que tem.

Eu adoro a chuva, quando ficou muito tempo sem ela eu sinto falta, eu gosto da melancolia que ela trás consigo, me deixa mais pensativo, faz eu refletir sobre a vida e todo o resto. Ultimamente eu nem estou precisando da chuva pra ficar assim, acho que é porque está perto do meu aniversário, e eu fico assim mesmo, me questionando: Porque eu to aqui? Minhas decisões foram as certas? Faço alguma coisa que importa ou sou só mais um inútil no mundo? Essas e outras questões, e coisas do tipo. Acho que não vou encontrar as respostas para essas perguntas tão logo, mas refletir é bom, eu me conheço mais quando penso, sou apresentado a mim mesmo, algo do tipo “Eu caçador de mim”.

PS: Sou a pessoa mais retardada do planeta, consegui queimar o cabelo segurando uma vela!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A Cidade

FOTO MINHA

A paisagem urbana é tão bonita, é agradável aos meus olhos, porém ás vezes me assusta. São tantos seres humanos vivendo num mesmo lugar, cada um de um jeito, um diferente do outro, uns confiáveis outros não. É bobeira pensar que a vida é feita de ‘bonzinhos e mauzinhos’ todo mundo é mau e bom ao mesmo tempo, por isso o ser humano me assusta.


Por trás da beleza da cidade está a desigualdade, por trás não, ta estampada em tudo e em todo lugar, temos prédios superiores aos outros, temos gente que vê de cima, outros só podem ver de baixo, é a ditadura da superioridade, só mais uma característica do capitalismo.


O campo me irrita, mas pode ser bom pra esquecer tudo que está na cidade, sejam as pessoas, problemas ou medos, é um bom lugar pra ir quando tudo o que quer é sumir, fugir da vida.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

'os laços invisíveis que haviam'

FOTO DO MEU ÁLBUM PESSOAL
Vivemos com a intenção de sermos felizes, tudo o que fazemos, se fazemos é para atingir alegria plena, mas isso é muita teoria e pouca prática, se fossemos colocar em uma lista o que desperdiçamos, por medo de arriscar, por julgar demais ou por falta de coragem de voltar atrás e assumir os erros, seria uma lista bem extensa e provavelmente maior do que a lista do que fazemos para gozar a vida que nos foi dada.

Devemos nos lembrar que só somos felizes de verdade quando experimentamos tristeza de tamanho equivalente a essa felicidade, por isso o medo de arriscar é estupidez. Outro ponto que deve ser ressaltado é que a alegria quando não se tem alguém pra dividi-la é triste, e a dor é muito mais fraca quando pode ser repartida entre muitos, por isso façamos laços que nos permitam dividir felicidades e tristezas, façamos um mundo melhor, na prática.

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"O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia

As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar."
(Fotografia - Leoni)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Lua

FOTO MINHA
Eu sempre gostei muito da lua, em qualquer de suas fases, mas ontem ela estava particularmente esplendorosa e apareceu pra mim no momento ideal, quando eu precisei dela. Quando eu não estava bem, a saudade apertando, angústias me assolando e outros sentimentos que eu não sei definir, eu estava sentindo tudo isso ao mesmo tempo, e então a lua, a bela lua, saiu de trás do prédio que a tampava e se mostrou bem na janela do meu quarto, brilhante ao extremo na sua fase de quarto crescente (a foto a cima foi tirada no momento a qual me refiro nesse texto, ontem à noite), a maioria acha a lua cheia a mais bela, já eu acho a lua a mais linda quando está em metamorfose, nessa fase ela se parece mais conosco, que estamos em constante mudança. E ontem quando ela apareceu pra mim, ela representou o seu significado astrológico: “Ela representa nossas necessidades emocionais mais profundas, nossas reações e hábitos instintivos e o inconsciente. É alma, lembrança, memória, passado, voltar-se para dentro.”
Quando eu olhei pra ela, ela brilhou pra mim, é como se estivesse sorrindo.
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Hey moon, please forget to fall down.
Hey moon, don't you go down.
Sugarcane in the easy morning.
Weathervanes my one and lonely.
Hey moon, please forget to fall down.
Hey moon, don't you go down.
You are at the top of my lungs.
Drawn to the ones who never yawn.
(Panic at the Disco - Northern Downpour)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

yeah! they were all yellow - Congrats big brow;

Sim, as estrelas brilham muito pra mim, pois colocaram pessoas como você na minha vida. Mais que um colega, mais que alguém pra me dar conselhos e mais que um amigo, é meu irmão. Estamos distantes, mas nunca separados, e quando estamos juntos tudo está bem de novo, nada mudou.
Parabéns, você merece tudo de melhor. Te amo irmão!

PS: Quando eu chegar a gente vai na bibi! Haha.
Abraço;

-

How I wish, how I wish you were here

We're just two lost souls

Swimming in a fish bowl,

Year after year,

Running over the same old ground.

What have we found?

The same old fears

Wish you were here

(Pink Floyd - Wish you were here)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

'life is for living'

“Navegar é preciso. Viver não é preciso.” (Fernando Pessoa)

Essa frase é ambígua, e eu sempre pensei que ela tivesse um significado errado, não errado por não ser verídico, mas diferente do que ela significa na verdade. Eu pensava que o que estava escrito era que precisamos estar aqui na Terra vivendo, não há opção para isto, mas não somos obrigados a gozar a vida que nos foi dada, o que também é bem verdade, temos livre-arbítrio. Porém, o verdadeiro significado é que o ato de navegar é exato, preciso, é algo que pode ser planejado, já a vida não, a vida é uma surpresa, ela não muda de acordo com o vento e ela nem liga pras coisas exatas, ela é independente, manda no seu próprio nariz, e se for planejada ou controlada perde a graça.

Ás vezes, essa coisa que não conseguimos conceituar adequadamente chamada ‘vida’, nos prega peças, justamente porque não sabemos qual vai ser seu próximo passo, e uma delas depende de várias outras. As surpresas são inevitáveis, algumas nos deixam os mais felizes do mundo, outras acabam conosco, e assim a vida é, boa e ruim, depende do seu humor e das outras. No entanto, uma coisa é certa, a vida é o maior presente que se pode receber não se sabe quem nos presenteou com ela, eu pelo menos não sei, mas obrigado mesmo assim.
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"Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa"
(Cazuza - Vida louca vida)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Independência?

Pra começar, toda essa história de ‘Independência ou Morte’ e o Grande Dom Pedro I, é um tanto quanto ilustrada pra deixar a história desse país mais agradável, o grito de independência pode ter sido, na época, para o interesse de qualquer um, menos dos brasileiros, foi tudo muito bem programado e Dom Pedro não é nem um herói.

Mas, hoje querendo ou não, comemoramos o ‘Dia da Independência’, e é um bom momento pra refletir, somos independentes mesmo? Vamos pensar, vivemos num país onde a corrupção domina tudo e todos, temos um Presidente do Senado que nos envergonha internacionalmente e mesmo assim não temos forças para tirá-lo do poder, nosso país é presidido por um populista que não sabe nem falar fluentemente sua própria língua, fazer o que, ele impressiona as camadas mais humildes, temos governadores que são cassados e continuam no poder como se nada tivesse acontecido, jornais importantes são censurados na época atual, e sem contar que somos obrigados a fazer tanta coisa, o serviço militar obrigatório por exemplo.

Acho que não somos independentes não, mas se isso que está a nossa volta é independência, estou precisando rever os meus conceitos.

Independência ou Morte? Acho que isso aqui ta mais pra morte então.
-
Declare independence
Don't let them do that to you
Declare independence
Don't let them do that to you

Damn colonists
Ignore their patronizing
Tear off their blindfold
Open their eyes
(Declare Independence - Björk)

domingo, 6 de setembro de 2009


E sim, eu sinto falta, falta do que vivemos, do que poderíamos ter vivido, e do que prometemos viver. Ah, as promessas, foram tantas, promessas que iam da importância de amor eterno a um simples banho de chuva, algumas foram realizadas, outras ainda estão pendentes, umas talvez ainda sejam realizadas. E os sonhos, nós sonhamos alto, casamento, filhos e felicidade. Somos apenas adolescentes, temos direito de achar que tudo é pra sempre e eterno, fazer promessas para um futuro distante, ainda podemos errar e ser inconseqüentes. Pena que começamos a perceber que não poderíamos fazer tudo e ser tudo o que queríamos, pena que uma hora acaba. Acabou? A gente ainda não sabe.

back together

Reencontrar foi ótimo, fez com que eu me sentisse como se nada nunca tivesse mudado, tudo está bem, tudo está como deveria estar. A distância não conseguiu mudar nada até agora, podemos não nos falar sempre, mas quando estamos juntos é a mesma coisa de antes, não somos velhos amigos, somos amigos até hoje, e continuaremos sendo, não quero nunca que isso se torne velho.
Eu só queria reunir todos ao mesmo tempo, de novo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

a saudade

A saudade é inevitável, todo mundo sente, nunca se está perto de tudo e todos que se ama. No meu caso, eu estou longe de quase tudo e todos que eu amo, longe dos meus pais, longe da minha casa, longe dos melhores amigos que eu poderia ter, longe de antigos amores, de uma vida inteira que eu deixei pra trás.

Porém, a saudade não tem só seu lado ruim, ela me faz lembrar as coisas que eu pretendo nunca esquecer, é claro que há dor, mas há também o sentimento de orgulho e até felicidade por ter construído laços e coisas que me dão motivo para ter saudade.

Então eu concluo que só se sente saudade quando se viveu coisas boas para se lembrar, criou coisas boas que merecem esse sentimento. Realmente, a saudade não é de todo mal.

PS: Um abraço pros amigos, família, e todos que estão longe. Eu estou sempre com vocês, aonde quer que vocês estejam, eu amo vocês.

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"Don't stop this train
Don't for a minute change the place you're in
Don't think I couldn't ever understand
I tried my hand
John, honestly we'll never stop this train"

Once in awhile, when it's good
It'll feel like it should
And they're all still around
And you're still safe and sound
And you don't miss a thing
Till you cry when you're driving away in the dark"
(Stop this train - John Mayer)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

lado 'geek'

Hoje minha parte ‘geek’ resolveu dar sinal de vida, fazia tempo que ela não dava as caras. Tava aqui fazendo um calendário das séries que vão estrear esse mês, e me deu uma saudade de heroes, lembrei que tinha os episódios finais da última temporada aqui e que eu ainda não os havia visto. Sem nada pra fazer mesmo, lá vou eu assistir e matar a minha saudade.
Acho uma pena que passa um tempo bom sem nenhuma temporada nova das séries que eu gosto, e de repente elas resolvem voltar todas no mesmo mês e eu fico sem tempo pra assistir tudo.
Sou tanto ao mesmo tempo, tão eclético, parece até falta de personalidade, mas não é não, é que eu tenho uma tendência a gostar de quase todo tipo de quase tudo. Sou do tipo que vai de Star Trek a American Pie, do Pop ao Rock, enfim, de um extremo ao outro.

PS: O calor ta chegando aos poucos, to me sentindo quase que em Palmas de novo.
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"Well let the geek in the pink take a stab at it
If you like the way I'm thinkin' baby wink at it
I may be skinny at times but I'm fat fulla rhymes
Pass me the mic and I'm a grab at it
Well isn't it delicious crazy way that I'm kissin'
This baby listen to this don't wanna miss it while it's hittin'
Sometimes you gotta fit in to get in
But don't ever quit cause soon I'm gonna let you in."
(Geek in the Pink - Jason Mraz)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

metamorfose




São oito e meia da noite, e está chovendo. Desde ontem que essa chuva tava ameaçando a chegar, deixando o dia mais melancólico. Eu até gosto dessa melancolia, ela me deixa mais reflexivo, na verdade, eu ando bem reflexivo nos últimos dias. Meus amigos devem estar estranhando, só que eu sei que no meu interior ta tudo bem, eu só estou numa fase de mudanças, elas acontecem constantemente, e eu fico estranho mesmo, normal.

Agora a chuva está parando, eu não aguento isso, ela ameaçou tanto pra dar só essa molhadinha.

Não mudo de acordo com o tempo, mas mudo como ele muda, de forma constante. É bom mudar, mudo minha forma de pensar, me torno mais aberto pra novas experiências, me fecho pra outras, mudo a forma de agir, derrubo meus próprios tabus e conceitos ás vezes muito tradicionais, dou uma repaginada geral, e sempre acho que estou ficando melhor, mas vai saber. Isso é ser eu.






"I'm changing
I change with the light
Hiding away running from reality
Who am I

Morning has come
As the sun catches my face
I realise
I'm alone with myself
Yesterday all was dark
I was dancing on the floor
In this light
I'm completely another me"
(Change with the light - Ace of base)


sábado, 29 de agosto de 2009

a year ago

"I miss that town

I can't believe it

So hard to stay

Too hard to leave it


If I could I relive those days

I know the one thing that would never change"

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Velha Infância

FAZENDA DO VOVÔ

Na janela do meu quarto estava escorrendo a água da chuva, e além de água ela me trouxe lembranças, várias lembranças. Algumas lembranças um tanto quanto vagas e embaçadas, outras bem nítidas, lembranças do tempo em que eu tomava banho de chuva na rua e na fazenda, lembranças do meu tempo de criança. Nesse tempo eu era bem família, tinha os coleguinhas da escola, mas meus amigos de verdade eram apenas os meus primos que não são poucos, hoje são mais de 15, mas, na fase a qual eu me refiro éramos apenas oito.
Oito crianças, uns mais velhos, outros bem pequenos, eu era o único no meio.

E como nós aprontamos! Na fazenda do vovô, nós tentamos de tudo pra construir uma casa na árvore, mas no final só conseguimos um tablado de madeira podre, dirigimos o trator, fomos ameaçados de ser capados, tomamos banho no lago, andamos a cavalo, todos nós aprendemos a dirigir lá, foi a minha infância. Somos grandes amigos e cúmplices até hoje, uns mais do que outros, e nos amamos.

Voltando ao assunto ser criança, como eu sinto falta dessa fase, eu não tinha nenhuma preocupação, meus únicos medos eram do bicho papão (que eu tenho certeza, dormia escondido debaixo da minha cama!), ficar sozinho em casa e coisas do tipo, mas de uma coisa eu lembro, eu sempre fui doido pra crescer, sou até hoje. E se eu pudesse me encontrar pequeno eu me daria o conselho que todos sempre deram (e que me deixava morrendo de raiva, pra mim aquilo era um verdadeiro absurdo), eu diria “aproveita essa fase, não fica com vontade de crescer não, tudo tem sua hora”. Talvez eu desse ouvidos a mim mesmo, não que eu não tenha aproveitado, mas sempre acho que poderia ter aproveitado mais. E também, não que hoje esteja ruim, hoje está ótimo, mas agora tenho problemas mais sérios para lidar, medos e responsabilidades muito mais importantes do que as antigas, e isso daqui pra frente, só piora.

Foi uma fase belíssima da minha vida, da qual eu não pretendo esquecer nunca, fiz coisas que hoje eu não posso fazer mais, porém eu fiz!

"E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança
A gente brinca
Na nossa velha infância..."
(Tribalhistas - Velha Infância)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ensaio sobre o fim de uma história de amor


Era uma tarde de sábado, combinaram de tomar um sorvete. Os dois sabiam o que estava por vir, não gostavam do que estava prestes a acontecer, porém a razão lhes dizia que era o certo a se fazer, aquilo já havia se prolongado por tempo demais.
Os dois se encontraram, se cumprimentaram com um beijo nos lábios como nos tempos de namoro. Dividiram uma tigela de sorvete, deram risadas tristes, adiaram ao máximo a conversa séria, mas chegou uma hora que não deu mais. Pela primeira vez naquela tarde se olharam nos olhos, e após tanto tempo juntos as palavras já eram desnecessárias.
Eles não iriam mais se ver, e se falar por um bom tempo, iriam parar de olhar as fotos e de escreverem aquelas coisas lindas que costumavam escrever um para o outro, não estavam tentando esquecer ou parar de amar, o que é impossível no caso dos dois, eles só estavam se desligando, pois junto da distância veio a saudade e esse sentimento os consumia já que mesmo longe um do outro estavam a cada dia mais apaixonados.
No dia em que completar um ano da noite mais bela de suas vidas, sentirão necessidade de se falar, e o vão fazê-lo, mas após isso, pronto, irão cortar as ligações.
Voltavam para casa caminhando de mãos dadas até que chegaram ao cruzamento aonde cada um vai a uma direção. Beijaram-se demoradamente, foi o mais intenso e triste de todos, ele sentiu as lágrimas dela tocando os seus lábios, o beijo acabou, então ela o olhou e viu que também ele estava chorando, se espantou e disse:
_ Você nunca se permitiu chorar na minha frente, então porque o faz agora?
_ Choro, pois pela primeira vez, meu coração sente que é realmente o fim.
Não havia mais o que dizer, cada um seguiu seu caminho, literalmente e figuradamente, seguiram chorando e lembrando-se de tudo.
Talvez um dia se reencontrem, talvez se casem, talvez se cruzem e apenas sorriam embaraçosamente, talvez nunca mais se falem, talvez...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

'orkutcídio'


Eu tinha Orkut desde 2005, eu estava apenas com 11 anos de idade quando criei o meu, e lembro que ninguém tinha, passei o maior tempão com cinco amigos.

Amadurecemos juntos, o Orkut e eu, no começo só existia a versão em inglês, e a capacidade era apenas pra 12 fotos, não se tinha álbuns, não existiam os aplicativos e milhares de outras pequenas coisas que com o tempo ele foi adquirindo, e eu testemunhei tudo isso.

Agora, falando de mim. Eu já fiz de tudo nesse Orkut, a maioria das coisas eu preferiria esquecer se fosse possível, colocar numa penseira se ela existisse, dentre essas coisas estão todas as fotos absurdamente ridículas que eu coloquei lá pra todo mundo ver, os depoimentos do tipo que eu prefiro nem comentar, entrei em comunidades que merecem um ‘what a fuck is that’, sem contar as brigas infantis que me levaram a ignorar amigos ou até mesmo excluí-los. Em seguida se vive a fase em que você é mais maduro, suas fotos são legais, exclui-se as comunidades, você deleta os amigos com quem não tem contato, pois a coisa se inverte, agora quanto menos amigos você tiver mais ‘in’ você é, seus depoimentos passam a ser para pessoas mais selecionados e para as que de fato os merecem, enfim todo o Orkut fica mais agradável e menos vergonhoso.
Chega uma fase onde o Orkut te cansa mais do que te anima, passa a ter mais ônus do que bônus, e é ai quando você resolve excluí-lo, talvez um dia faça outro ou nunca mais o tenha, muda para outro site de relacionamento, pois tudo na vida esta em constante mudança, uma hora você gosta e em outra não, se perde e se ganha, e é assim que é.

Essa última fase chegou pra mim.
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"The wind of change blows straight
Into the face of time
Like a stormwind that will ring
The freedom bell for peace of mind
Let your balalaika sing
What my guitar wants to say"
(Scorpions - Wind of Change)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

geração 'rock in rio'

Por Marilda Piccolo


Meu filho e eu sempre tivemos uma sintonia cósmica, de feelings. Esses dias, enquanto eu lia “Para sempre teu, Caio F.: cartas, conversas e memórias de Caio Fernando Abreu”, escrito por Paula Dip, eu pensava ‘É preciso escrever para não esquecer’, preciso escrever tanta coisa... Mas a vida corrida de professora, educadora e outras coisitas mais não me deixam tempo pra isso e também falta disciplina para um blog. Então durante uma das tantas viagens minhas a trabalho o Oswaldo liga e diz: “Mãe, criei um blog, vê lá...” e era tudo que eu pensara... e logo me ofereci para escrever (ele teve que aceitar, fazer o que, né?). Por isso vou contar umas coisas que vocês precisam saber, pois afinal minha geração abriu caminho para a de vocês, transformando comportamentos lingüísticos, tecnológicos e corporais. Vou aproveitar algumas lembranças da Paula Dip e falar sobre gírias.

Nas décadas de 80 e 90 (século passado) purfas era alguém que estava por fora de tudo ou de algum assunto específico, e ainda sinalizávamos com a mão juntando todos os dedos e deixando o dedão (polegar) afastado dos demais dedos unidos. Namoro sem compromisso, que hoje vocês chamam de ficar, para nós era amizade colorida. Para distraído dizíamos desligado; fazer a cabeça era convencer uma pessoa a pensar da forma que você pensava; quando falávamos que alguém era do babado significava que era ou da pá virada ou homossexual... Chocante era ótimo; fofa era uma mulher interessante; estar numa boa era estar feliz; pacas era igual muito; e quando falávamos que o John Travolta era um pão significava, vocês sabem, que ele era lindo. Duca significava muito bom, por exemplo: aquele filme é du cara*..., então duca! Picas significava nada. Dar uma esticada era ir a muitos lugares em uma noite só, e não um alongamento.

É realmente é preciso escrever para não esquecer, por isso ninguém melhor do que Clarice Lispector para ensinar: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
Até a próxima.


"Foxy, Foxy
You know you are a cute little heart breaker
Foxy, yeah,
And you know you are a sweet little lover maker
Foxy

I wanna take you home, haha, yeah
I won't do you no harm
You've got to be all mine, all mine
ooh Foxy Lady
Foxy, Foxy"

Jimi Hendrix

domingo, 23 de agosto de 2009

'fim dos tempos'


Hoje o dia esta definitivamente não normal, choveu uns cinco minutos, mas com a presença de sol, e agora ta frio e o céu ta com uma cor estranha, a cidade toda esta dominada por essa tonalidade. Conversando com minha mãe eu disse que esse dia ta com cara de ‘fim do mundo’, tipo, o último dia das nossas vidas.

Esse tema é complicado, é difícil pensar que um dia de repente tudo vai acabar, nós vamos acabar. Eu me recordo que na última virada de milênio, e é claro a única que eu presenciei (não sou um vampiro), eu tinha apenas seis anos de idade e tava com muito medo, porque todo mundo ficava falando que o mundo ia acabar, e eu criança boba acreditava, além disso, o dia 31 também tava estranho, o céu estava meio plumbeo e caiu a maior tempestade. Como essa teoria de que na virada de milênio o mundo ia acabar era furada, encontraram outra.

Em algumas culturas ancestrais o ano de 2012 é marcado como o ‘apocalipse’ ‘fim do mundo’ ou o início de uma ‘nova era’ melhor que a atual, mais precisamente isso se daria no dia 21/12/2012.

No próximo mês de novembro vai sair nos cinemas o filme ‘2012’, e poderemos saber mais sobre essas teorias. O início de uma ‘nova era’ melhor não é uma idéia ruim, vamos torcer para que se algo for realmente acontecer seja isso, mas eu espero que nada aconteça, eu particularmente não gosto de mudanças drásticas.

PS: O mundo não pode acabar em 2012, porque em 2014 tem a Copa do Mundo aqui no Brasil! É simplesmente inadmissível.

sábado, 22 de agosto de 2009

brother's talk

Hoje eu fui pra escola, fiz oito provas. Cheguei em casa e tava sem inspiração pra escrever aqui.

Fui fazer outras coisas, almocei, meu melhor amigo me ligou, e a gente mora a 1000 km de distância. Fazia tanto tempo que a gente não conversava pra valer, no telefone então, muito tempo mesmo, e foi tão bom. Desde que eu sai de perto de todos eles eu luto pra manter nossa amizade igual sempre, e to conseguindo. E quando meu celular tocou hoje, eu vi o nome dele lá, foi felicidade instantânea. Ele não tava num de seus melhores dias, e é muito satisfatório pra mim, saber que quando ele precisou de alguém pra conversar, ele ligou pra mim. Eu acho importante ser lembrado de que sou importante pra alguém e que precisam de mim, porque eu preciso muito de todos os meus amigos, e ás vezes é bom sentir essa reciprocidade. Conversamos, desabafamos, falamos o que estamos sentindo, tomamos um banho de alívio, e agora estamos bem, fizemos bem um ao outro, e pronto todos ficam felizes!
Eu te amo irmão, to sempre com você.

“We're all of us stars
We're fading away
Just try not to worry
You'll see us some day
Just take what you need
And be on your way”
(Oasis - Stop crying your heart out)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Toca Raul! ;*

Eu não era nem nascido quando ele deixou esse mundo, mas, suas músicas me inspiram, a 20 anos atrás perdemos, um cantor inagualável, um compositor brilhante, uma alma boa, perdemos um músico dos que não se fazem mais hoje em dia.










A Verdade Sobre a Nostalgia
Raul Seixas



"Tudo quanto é velho eles botam pra eu ouvir

E tanta coisa nova jogam fora sem curtir

Eu não nego que a poesia dos 50 é bonita

Mas todo o sentimento dos 70 onde é que fica?

Eu vou fazer o que eu gosto...

Eu vou

Dos 50 bonita-ta

Mas os 70 onde é que ele está?

Por isso a nostalgia eu tô curtindo sem querer

Porque está faltando alguma coisa acontecer

Mamãe já ouve Beatles

Papai já deslumbrou

Com meu cabelo grande

Eu fiquei contra o que eu já sou


Eu vou fazer o que eu gosto

É mãe com os Beatles e o pai falô

Logo então eu fiquei contra o que eu já sou

O rock hoje em dia já mudou,

virou outra coisa

É por isso que eu corto o cabelo

Na curva do futuro muito carro capotou

Talvez por causa disso é que a estrada ali parou

Porém, atrás da curva

Perigosa eu sei que existe

Alguma coisa nova

Mais vibrante e menos triste
Eu vou fazer o que eu gosto

Atrás da curva do perigo existe

Alguma coisa bem mais nova e menos triste"


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

as a gift to me



Ela surgiu do nada, é como se tivesse caído do céu, e caiu mesmo. Graças a sua introsação hoje somos grudados um no outro, eu agradeço a essa ‘qualidade’ dela sempre. Aos poucos foi se tornando muito importante, essencial pra minha felicidade. Ela me anima, me alegra, me diz o que eu preciso ouvir, me fala a verdade, dela eu não espero nada menos do que sinceridade. Tornamos-nos amigos, os melhores e inseparáveis. E eu sempre digo que ela foi e é um presente pra mim, o melhor que eu poderia ganhar, nessa nova fase em que eu estou longe de tudo e de todos, ninguém tão novo na minha vida poderia me dar tanto apoio, amor e me fazer tão feliz. Ela é linda, tem uma personalidade forte, é toda emoção, na verdade, é a emoção em pessoa. Se lhe perguntarem o que ela faz da vida ela dirá: “Eu estudo e faço sucesso”. Pois, eu digo que ela é mais que isso, faz sucesso, tem o poder de cativar a todos, e isso é natural, faz parte do seu ser, ela é culta e brilhante, e ainda uma poetisa nas horas vagas. É fã de Janis Joplin, eu sou fã dela. Temos princípios e ideologias que nos unem, lutamos como podemos para defender o que acreditamos, seja decidindo em quem votar pela primeira vez, ou discutindo e criticando a política através do twitter. Ela me irrita muito, só porque eu morava num lugar onde não tem Mc Donalds, mas eu pago na mesma moeda! Haha
Eu sei que eu amo ela, e quero levar essa amizade pra sempre, ou até onde eu puder, minha Inházinha. (L)



"Mind my own business,
I'm on my journey
And I have enough old friends to keep me company
But you say "Hey what's up?
You Wanna hang out with me?
And kick back, relax, feel happy and lazy"
You're sent to me, one time
You come to me, two times
Why me? three times"
Well abracadabra
I've got a new friend”
(No Doubt - New Friend)

aos amigos


Quando eu estou com eles tudo se completa, se encaixa perfeitamente, é uma forma de mutualismo, ou seja, uma relação obrigatória são meu vício, minha obsessão. Cada um tem seu jeito, uns vão do patamar de loucos e extrovertidos até solitários e dependentes de amor, uns fazem de tudo pra passar uma imagem de forte, até insensíveis, mas por dentro são manteigas derretidas. E assim a gente é, uma mistureba, uma gororoba, somos gente, erramos, acertamos, imperfeitos por natureza. Mas, o que seria de mim sem esses imperfeitos, são eles que me dão motivos para sorrir, me fazem passar as maiores raivas, me fazem chorar, gritar e delirar, e são eles que me fazem viver uma vida de verdade, uma vida que eu invejaria se não fosse a minha. Temos os nossos problemas, e me diz quem não tem? Por exemplo: tem uma idiota que só serve pra te pisar, e eu não sei como, mas sou o melhor amigo dela, e sim eu amo ela, mas tem aquelas toda boazinhas, que te consolam, que te abraçam, e ai tem aqueles amigos, esses ai são o seu melhor contato com a sacanagem, sem eles, hoje eu seria uma criancinha inocente. Assim como eles não precisão de motivos para me bater, eles não precisão de motivos para me abraçar, o simples fato de eu existir e estar sempre ao seu lado é suficiente pra mim e pra eles. Essas pessoas são maravilhosas, são meus maiores presentes, quando estou com esses seres eu me sinto bem, me sinto inteiro, me sinto num lugar aconchegante, esse lugar eu chamo de casa, e essa casa não é um lugar fixo, casa pra mim é onde minha família está, é onde os que eu amo estão, então, é onde vocês amigos estão.