quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eu acho que chegou a hora de aceitar que as coisas acabam e novas começam. Agora mesmo, eu estou em casa chateado porque o seriado que eu estou assistindo vai acabar. Mas, a coisa é bem mais profunda, o que eu tenho assistido na TV é meio compatível com a vida real, último ano de high school, escolhendo faculdades, separações, vida adulta, medo. Quero dizer, isso tudo tocou na minha ferida, com uma diferença, minha vida não é tão ideal quanto a de um programa de televisão, o que é uma pena. Que babaquice, ter inveja de algo que nem existe. Ás vezes esse é o meu problema, eu idealizo demais, sonho demais e devaneio demais. Eu sou um expert em me envolver demais com o que eu leio nos livros ou assisto na televisão, eu confesso que me perco na ilusão. Viver minha própria vida, seria uma boa ideia, porém, talvez não tão interessante.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pessoas



Eu tenho essa imensa necessidade de indivíduos ao meu redor, pode até parecer que não, apesar de toda minha racionalidade, eu preciso deles e eu amo tê-los. Sim, eu amo. As pessoas são o motivo de toda minha nostalgia, minha saudade, as interações humanas fazem de mim o que eu sou. Eu não amo lugares, eu amo as pessoas que estão naqueles lugares. O problema, e o meu medo, é acumular pessoas demais, e chegar a um ponto em que corre-se o risco de se encontrar entre uma multidão delas e se sentir tão sozinho como se estivesse em uma sala vazia, sentir-se vazio. Eu já me senti lá, não sei se eu estive, mas senti como se estivesse. É como nao fazer parte de nada, nem ter construído nada, como se todo o seu tempo tivesse sido em vão. Por isso hoje eu me apego a aqueles que eu sei que tenho, e eu sei o quanto os seres humanos são complexos, difícil consegui-los e tão fácil perdê-los.
Eu deixei minha cidade natal fechado a sete chaves, eu não queria ninguém novo, eu estava feliz com o que eu tinha e confiava na eternidade. Como eu fui bobo. Em certo momento eu me abri para um mundo inteiro de novas possibilidades, passei a criar ligações por onde eu andei. E eu só ganhei, essa me abertura me proporcionou conhecer tanto, crescer com os outros. Hoje eu tenho alguns amigos, poucos ali, uns de cá e outros aculá, mas os tenho, não são colegas ou conhecidos, são amigos. E quando eu digo amigos, eu digo pessoas que me conhecem e que merecem confiança. Me comunico com cada um de formas variadas, alguns não precisão de palavras pra entender o que eu estou pensando, só um olhar, um sorriso. Eu aprendi que as pessoas não são substituíveis, principalmente aquelas que significam algo. E eu aprendi que a amizade não é medida na quantidade de vezes com que os amigos se falam, mas na capacidade que ela tem de ser imutável, mesmo após meses ou anos. 
Hoje, eu me chamaria um colecionador de pessoas, não em um sentido ruim como se fossem bonecos, não me interpretem mal. Eu coleciono as vidas que eu toquei, os destinos que eu influenciei.
Confesso que estou com medo. Além de ter que abandonar minha irresponsabilidade, inconsequência e tudo que adolescência me proporciona logo logo, um novo ciclo irá começar, mais uma vez, provavelmente, eu abandonarei um lugar, lotado de momentos e pessoas. Nova vida, tudo novo. E eu não quero perdê-los. Eu sinto muito pelas pequenas coisas, como comentários sobre o que passamos juntos, estudar para provas, ensino médio, conflitos... Afinal, mais do que nunca, todos de fato seguirão seus caminhos, e poucos são convergentes.
Ainda há mais um ano, e eu sei que preocupação é o mais inútil dos passatempos, porém, ainda assim, eu me preocupo.

There are places I remember all my life,
Though some have changed,
Some forever, not for better,
Some have gone and some remain.

All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall.
Some are dead and some are living.
In my life I've loved them all.
(The Beatles - In my life)

Dois lugares, dois grupos, uma vida nas lentes da minha câmera:
http://www.youtube.com/watch?v=tNNOG2WshQ8 e http://www.youtube.com/watch?v=OZvxAWG_4-I


sábado, 20 de novembro de 2010

Um fim

Antes de começar, quero dizer que o que me inspirou a escrever as próximas linhas foi o lançamento do penúltimo Harry Potter, porém não é bem sobre isso que eu quero desabafar.
Esses livros e filmes marcaram a minha geração, a geração dos anos 90 - que ainda brincava de 'Bet' na rua e subia em árvores - eles começaram na minha infância e estão terminando agora junto ao fim da minha adolescência. Essa saga consegue compreender a minha geração, promove uma identificação pessoal com os sentimentos que ela abrange. Essa primeira parte do fim é mais pesada, a fase adulta chega como uma bomba sobre os 'heróis' e talvez esse seja o motivo da minha identificação. Ano que vem a última parte será lançada, e com o fim da série chegará também o fim da minha menor idade, e é algo que me assusta, minha geração estará acabando, eu estarei sendo lançado para o mundo e os meus personagens favoritos que resgatam esse tempo também terão acabado, eu quero dizer, é o fim de uma fase, uma que eu ainda não sei como deixar para trás, e eu não sei nem por onde começar a minha "vida". Estou angustiado.

-

Well, I've been thinkin’ ’bout the future,
I'm too young to pretend
It’s such a waste,
to always look behind you
You should be lookin’ straight ahead

...

Every once in a while,
you think about if you're gonna,
get yourself together
You should be happy just to be alive
And just because,
you just don’t feel like, coming home,
don’t mean that you'll never arrive

(Jet - "Move on")

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Eu quero algo novo, diferente de tudo que eu já pensei, alguém que minha imaginação não possa ter previsto, que me deixe hipnotizado. É um paradoxo, mas minha razão não funciona direito sem amor.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nostálgico pelo o que ainda não é

O pior é pensar que no futuro tudo o que eu estou vivendo não passará de uma lembrança, e talvez, eu vá demorar um minuto pra lembrar o nome daquelas pessoas, os meus melhores amigos. Eu não sei onde eu vou estar, o que eu vou estar fazendo, com quantas pessoas eu ainda estarei falando. Pensar é o meu alimento, o problema é quando pensar interfere no meu sentir, abre um buraco. O pior é pensar... no que ainda virá a ser. Carpe diem.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Lembranças

Eu sinto a falta que você me faz de um jeito que eu não sei explicar, não que eu queira restaurar o passado, as coisas estão bem como elas estão, no mínimo elas parecem estar. Bom, como eu disse, eu não sei explicar.
Eu sei que eu sinto falta de um jeito bom, eu me lembro dos ótimos momentos, todos foram, cada um teve sua particularidade. O amor, a amizade (...) fico feliz em saber que na minha memória eles nunca serão apagados, e eles não acabaram, não sei se serão eternos, porém, não apenas efêmeros, porque eu sei que não vou esquecer do sabor daquele abraço apertado.

O problema é que cada um de nós fala 20 horas por dia e o dia só tem 24. (risos)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Devaneios

Me encontro olhando pro céu, e pensando que hoje o dia está bom para transformar sentimentos em palavras, o que não é nada fácil quando tratam-se do que eu não entendo. Eles estão dentro de mim, são parte de mim e, ainda assim, eu não posso interpretá-los. Sei que eles não representam tristeza ou felicidade, eles não se tratam disso, estão mais para apatia.
Só o que me resta é questionar. Há uns dois dias atrás, me peguei a questionar junto a alguém o "e se...?", o quão nossas decisões definem nossos caminhos. Nossas vidas são feitas de escolhas, a todo o tempo, precisamos escolher, o que dizer ou calar-se, fazer ou não.
Vou vivendo, relativamente bem, com algumas doses de felicidade, estou confortável - o que não é necessariamente uma coisa boa. Sinto que o tempo está acabando o tempo todo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Voltar para casa, e rever todas essas pessoas e todos esses lugares é como reviver tudo o que eu passei aqui de novo, é impossível não sentir de novo. Bem, nem sempre as coisas estão como antes, na verdade, elas quase nunca estão. Porém, vê-los sentados no meu sofá é como um dejá vu, eu já vi e já vivi isso antes.
Reviver é trazer o pretérito para o presente com algumas alterações, boas e ruins. O difícil é quando aquela questão desprezível vem a minha mente: "E se ...?". Algo que acontece constantemente quando estou aqui. E se eu tivesse ficado? Quantas pessoas eu teria ou não conhecido? Quão grande seria o impacto no meu futuro? Eu estaria mais feliz?
Por sorte a sensatez volta para a minha mente e me faz perceber que é melhor arrepender-me do que fiz e dos riscos que corri do que depois chorar as mágoas por coisas passadas, que eu deixei de fazer pois estava com medo de arriscar. Ora, um homem não é nada sem a sua habilidade de confrontar o medo.
Eu amo esse lugar, no entanto, eu me lembro perfeitamente da sensação de aprisionamento que eu sentia aqui, como se tivesse algo que me limitasse. O fato é que eu até poderia estar melhor aqui, e isso eu nunca saberei. O que me conforta é saber que eu posso voltar quando eu quiser, e sempre haverá alguém esperando por mim.

-

I miss that town
I miss their faces
You can't erase
You can't replace it
I miss that town
I can't believe it
So hard to stay
Too hard to leave it
(Nickelback - "Photograph")

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eu penso para escrever, e nem sempre sinto. Por esse motivo sou muitas vezes mal interpretado. Portanto, quando eu escrevo, eu imagino, eu sonho e eu idealizo, não necessariamente sinto. O que não significa que eu não sinta, eu só não sinto sempre. Não me entenda mal - se é que alguém entende.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mais um ano chegando ao fim, e tudo o que eu posso dizer é que ele passou voando. Vai ver nós não deveríamos superestimar tanto os anos, eles não são assim tão grandes. A não ser quando estamos em agosto, esse mês parece um ano inteiro, porém até ele passa. Tudo passa. Até o amor passa.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

então me diz, o que é que eu tenho?

Não sei o que eu tenho, nem sei se tenho. O fato é: ela gosta de mim. Não há nada em mim - que eu possa enxergar com meus próprios olhos - tão especial a ponto de fazer um ser humano, que não é minha mãe, gostar de mim. Bom, mesmo eu sendo assim tão (...) banal, ela ainda gosta de mim. Eu posso até ficar um tanto quanto arredio em relação a esse sentimento, mas isso é puro e simplesmente porque não o entendo em diversas vezes. No entanto, espero que não duvide nunca da reciprocidade desse sentimento, haja o que houver.
Cazuza diria 'beija-flor', pois bem, eu digo é: meu amor.

Com um amor como esse eu sei que...; acredite, eu sei.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010


Daqui a 11 dias e algumas horas farei 17. Meu aniversário nunca foi algo extremamente importante na minha vida, porém sempre o comemorei, e confesso que gosto de ser lembrado e de ser o centro das atenções por algumas horas. Apesar de que eu nunca entendi o motivo de se dizer "Parabéns!" . Será que a vida é assim tão difícil de ser vivida que a cada ano que se passa merecemos congratulações? Não é como se merecessemos medalhas. Parabéns porque? Eu nunca mais terei 16 anos e isso é bem desagradável.
No próximo dia 25, cada felicitação será uma lembrança de que minha adolescência está acabando. O pior de tudo é que meus planos estavam traçados até aqui, mas e agora? Eu não sei o que vou fazer ou onde devo estar. No entanto, eu agradecerei a todos que me parabenizarem e ficarei lisonjeado pelos que lembrarem de mim.
Vou comemorar como nos outros 16, com amigos e família, pessoas que se importam, e será um momento feliz. Apagarei as velinhas, mas não soltarei foguetes.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eu sou do tipo que tem palavras e resposta pra tudo, bom, eu costumo ter, mas isso acaba no momento em que você se abre pra mim. Nesse momento, eu fico sem palavras, é, no sentido literal da palavra, meu coração aperta e os meus olhos ficam cheios d'água, porém lágrimas não caem, você sabe que eu não sou do tipo que chora. No entanto, nunca antes um amor que é meu me emocionou, quer dizer, um amor que não é ideal como eu já vi nas telas de cinema, mas um real, acho que isso que é amor, né? Sabe, eu sou cético. Mas, você é a única no mundo que consegue abalar meu ceticismo. Vai ver é por isso que eu amo você, tanto, porque você desperta em mim um "eu" que eu não conheço. Um eu até meio poético, mas isso é só de vez em quando, normalmente, eu estou mais pra Seth Cohen do que pra Shakespeare.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

lixão a céu aberto

Comunista ou capitalista? Direita, centro ou esquerda? Crente ou ateu? Materialista? Positivo ou negativo? ...
Eu não tenho que responder a essas perguntas, eu não tenho que ser uma dessas coisas e eu não tenho nem que ter uma opinião sobre isso. E isso não é apatia, alienação, ignorância ou o caramba. Isso é não gostar das opções que me deram, eu crio as minhas, não se preocupem. Quem foi que disse que eu tenho que ser isso ou aquilo? Ou? Eu posso ser tudo, ou nada, minha vida não é um gabarito de prova onde eu devo assinalar A, B, C ou D. Surpise, surprise: nada é preto no branco.
Mas, e a sociedade? A sociedade é um lixo. E por favor, não me chame de anarquista. Aliás, não me chame de nada.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O que é melhor? Um mundo no eixo com a mesma rotina, as mesmas pessoas, os mesmos lugares, as mesmas sensações, as mesmas dúvidas e basicamente nada de novo, triste e chato ou um mundo de cabeça para baixo, onde tudo é novo, um desafio a cada esquina, uma bagunça que aos poucos deve ser organizada, porém, feliz?
Acho que a minha resposta pessoal para a pergunta está clara, a partir do ponto em que eu fui totalmente parcial ao comparar as duas opções de escolha. Difícil é ter forças para escolher a melhor opção.
O pior é saber que assim que eu arrumar a bagunça eu vou querer o meu mundo de cabeça para baixo again and again.

-

And my mind says: I am sorry, but, that is life.!
Yeah, I know.

-

And nobody seems to like him
They can tell what he wants to do
And he never shows his feelings
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around

Round and round and round
He never listens to them
He knows that they're the fools
The don't like him
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around.

(The Beatles - The Fool On the Hill)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Concrete Jungle

FOTOGRAFIAS TIRADAS POR MIM

Tudo muito intenso e dinâmico: cor, luz, pessoas. Nova York é tão bom quanto eu esperava, mas não passa nem perto de ser como eu imaginava.
Eu imaginava o paraíso na terra, um clima bom, pessoas agradáveis, cenas de cinema, música no ar, ar... tudo azul, tudo ideal.
Bom, o calor é de matar, os nova iorquinos são educados, porém aparentam solidão e um individualismo extremo, falam o necessário e nem uma sílaba a mais. Eu não esbarrei com nenhum artista famoso na rua, o Central Perk não existe e menos ainda os adoráveis Chandler e Mônica ou Ross e Rachel. O som que predomina no ar são as buzinas dos carros e do trânsito em geral. Ar esse que é impedido de circular devido aos exagerados - e belos - arranhas-céu, chega a ser claustrofóbico. O céu não é sempre azul, mas dele eu não posso reclamar.
Calma, isso não passa nem perto de ser "tudo".
Nada se compara a: andar na Broklyn Bridge e ver que ela está em perfeitas condições e não destruída como eu assisti nos filmes de ficção, e em seguida descer para o Píer 17 e observá-la junto ao sol poente, ela é linda. Fazer o desjejum de todas as manhãs com um café da Starbucks. Ir a pé do hotel até a Times Square, ficar perdido na imensidão de tantos holofotes, aparecer em um dos telões gigantescos ali presentes e ver que ela é tão impressionante quanto ao quadro pendurado na parede do meu quarto, na verdade é mais, bem mais! Ir de barco até a Estátua da Liberdade em um dia em que o céu que estava nublado se abre no momento em que você chega lá, e ainda ver que o presente da França nem é tão grande, o Cristo é maior. Ver de perto o patriotismo dos americanos, e até, invejá-los por tal qualidade. Olhar as horas no relógio da Grand Central Station. Encostar nos glúteos da Beyoncé ou tirar uma foto ao lado de Einstein, Woddy Allen, Senna, Hendrix, Joplin, Lennon e companhia limitada, mesmo que sejam só estátuas de cera no Madame Tussauds. Subir 67 andares no Rockfeller Center e ficar cara a cara, de igual para igual com o prédio no qual o King Kong foi até as antenas (eu pude vê-lo ali naquele exato momento). Ver de perto a evolução das espécies e do mundo de modo geral no Museu de História Natural, e ainda na saída encontrar um esquilo muito amigável - eles não costumam ser - que faltava falar. Entrar na enorme obra de arte que é a Biblioteca Pública de Nova York, se perder nas suas escadarias e - tentar - imaginar o explendor cultural que existe ali. Xeretar em uma daquelas catedrais góticas, sendo religioso ou não, sua beleza arquitetônica é inegável. As compras nos Outlets ou na 5th Avenida despensam comentários.
No entanto, nada, absolutamente nada que eu já vi se iguala ao Central Park. Não tenho palavras pra descrever como é simplesmente estar ali, alimentar os patos, ficar cansado de andar 1/20 dele, passear entre árvores, monumentos e estátuas ou andar no Strawberry Swing, um jardim em homenagem a John Lennon que até hoje continua lotado, e flores e fotos são jogadas por cima de "IMAGINE" como se fossem jogadas sobre um túmulo, é emocionante. São paisagens no estilo "Plano de Fundo do Windows".
Palavras nunca serão suficientes para descrever o que vi e o que senti nos últimos 10 dias. A cidade que nunca dorme não é ideal como eu imaginava, mas ela é real, e tudo o que passei lá foi realidade pura.


terça-feira, 29 de junho de 2010

All Fall Down

Eu já imaginava e já sentia que as coisas haviam mudado, mas só agora estando aqui, eu percebo a intensidade - enorme - dessas mudanças. Aqui, chegaram em um estágio onde amizade é quase que só fachada, ela permanece real entre poucos, e não passa perto de ser como era antes. Porém, vai saber, pode ser que só eu enchergava o que a gente tinha dessa forma, de fato, era tudo muito ideal, um típico "bom demais pra ser verdade".
Não sou nenhum esotérico, no entanto, sinto que a energia aqui não está nada boa. Tudo está cheio de decepção, frustração e um presente que eu não esperava quando no meu passado, no meu pretérito perfeito. Aqui, encontrei na amizade - talvez - o sentimento mais ilusório, e facilmente destrutível que a vida pode nos apresentar.

-

Step out the door and it feels like rain
That's the sound, that's the sound, on your window pane
Take to the streets but you can't ignore
That's the sound, that's the sound, you're waiting for

If ever your world starts crashing down
Whenever your world starts crashing down
Whenever your world starts crashing down

Everyone's the same
My fingers to I toes
We just can't get a ride
But we're on the road

Yeah, lost 'till you found
Swim 'till you drown
Know that we all fall down
Love 'till you hate
Jump 'till you break
Know that we all fall down

(One Republic - All Fall Down)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ah, e esse tempo?

Apesar de eu não saber exatamente o que sinto sobre isso, chega a ser cômico como tudo parece que foi ontem. Bom, não foi. Eu vejo fotos, cartas e declarações, e eu me lembro perfeitamente de como tudo ali aconteceu, e de repente eu paro e penso: Meu Deus, já faz um ano, dois ou mais...
É, o tempo passa. Na verdade, ele voa! E por mais que eu esteja sempre ansioso pelo que vem pela frente, muitas vezes eu queria só abrir a janela e disparar pro céu, pra lua ou pro sol: Para!
Bem, ele não para.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Momentos

"Há momentos assim na vida: descobre-se inesperadamente que a perfeição existe, que é também ela uma pequena esfera que viaja no tempo, vazia, transparente, luminosa, e que às vezes (raras vezes) vem na nossa direcção, rodeia-nos por breves instantes e continua para outras paragens e outras gentes."
José Saramago


É, a perfeição existe, e eu já vi com os meus próprios olhos. Ela vem e vai, é rara como o amor, e é feita de amor. Está contida nos momentos, bem naqueles que você menos espera que seriam os perfeitos, e ela acaba fazendo deles os que você se lembrará pelo resto da vida. E é só lembrar dessas passagens que a gente já sente o gostinho de perfeição, ele dura pouco, é o ápice. A perfeição é rara, mas ela manda um abraço de vez em quando, não precisamos procurar por ela, em algum momento, é ela quem nos acha. Let it be.


Saramago foi um gênio, sua filosofia é uma contribuição para o mundo e de valor inestimável. Luto para alguns, comemoração para outros, de um modo ou de outro, é a sua vida que será eternizada.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Amigo estou aqui


Acabei de ler a reportagem sobre o lançamento de Toy Story 3, na Revista Época desta semana. A reportagem traz uma cronologia, desde o primeiro filme. Nesse o Andy já tem 17 anos, está indo para a faculdade e tem que se desfazer das suas coisas, brinquedos... Foi impactante, me deu aquela sensação nostálgica que todos sentimos ao lembrar da infância.
E eu me lembro, perfeitamente. Por um bom tempo eu assistia Toy Story todas as manhãs, em alguns dias eu até pedia bis. Minha mãe me dava meu leite, eu não me recordo se eu ainda tomava na mamadeira, acho que não, mas de qualquer forma tinha leite, sempre. Ela colocava a fita no Vídeo K7 e rebobinava-a, eu deitava naquele sofá pra duas pessoas, ainda cabia de corpo inteiro nele - hoje eu não caibo nem no de três lugares - de vez em quando eu pedia que fechassem a cortina, variava, dependia do meu humor - eu já tinha humor, ponto de vista e todas as chatisses de um ser humano -. Ás vezes eu obrigava minha mãe a assistir comigo, coitada. Eu também me lembro que sempre tive ódio do Buzz Lightyear, eu odiava o fato de ele chegar depois e querer roubar o lugar do Woody, o lugar do primeiro nunca pode ser tomado, penso assim até hoje e o Buzz nunca será o meu herói.
Voltando a nostalgia. A infância tem essa mágica, tudo era tão fácil, lindo, azul. Eu chorava por motivos supérfluos, hoje eu tenho que segurar o choro, pelo motivo que seja. Minha mãe é a melhor parte que vem a minha cabeça quando eu me lembro da infância, ela sempre ali ao meu lado fazendo todas as minhas vontades, me mimando. Como era bom! Não que ela não faça isso até hoje, mas com o passar do tempo ela tinha cada vez menos tempo e agora nem um dos dois tem tempo para se aproveitar como antigamente. Isso faz parte da vida, mas muitas vezes o que eu mais quero é caber de novo e de corpo inteiro naquele sofá de dois lugares. Surpresa, surpresa, o tempo não pára e nem pode ser rebobinado.
A gente cresce, eu não sou o Peter Pan, apesar de muitas vezes continuar sendo uma criança. O fato é: eu não sou mais o bebê da mamãe, apesar de que nós (eu e ela) querermos que eu continuasse sendo. A infância acabou, porém, foi memorável, e eu trago de lá muita coisa, afinal, é o passado que explica o presente. Mas, ficou no passado, agora eu tenho que me referir a essa fase com palavras do tipo "antigamente", é triste. De qualquer forma é inesquecível.

"A idade adulta de Andy e a autoconsciência dos brinquedos correspondem a um estágio inédito na evolução da animação digital - a maturidade. Num típico enredo da Pixar, empolgante e genial, está contido um recado triste para os nostálgicos: chegou a hora de doar os brinquedos antigos - e inventar novos." Mas, já?

ps: Mãe, não chora! Meu amor por você - que só cresce - foi uma das coisas que eu trouxe da infância, sem dúvida alguma.

-

Os outros podem ser até bem melhores do que eu
Bons brinquedos são
Porém, amigo seu é coisa séria
Pois é opção do coração (viu?)

O tempo vai passar
Os anos vão confirmar
Às três palavras que eu proferi
Amigo estou aqui

(Disney)

sábado, 12 de junho de 2010

(500) Days of... her;

She shold up in the moment I needed the most. I was here all alone, and as a gift or more like an angel she came into my world.

Foram 500 dias, convivendo com a mais intorpecente das drogas, e eu sabia que uma hora ou outra eu cairia nesse vício, um do qual eu não tenho mais como sair, nem quero. Ela é a minha 'rockstar', e quase tudo do que eu tenho.

Dias bons e ruins. Eu escolheria a melhor palavra para resumi-los, pena que essa palavra ninguém inventou. Pena? Eu não faria nada para torná-los resumíveis.

Aqui vou eu, apaixonado em você, linda.

domingo, 30 de maio de 2010

A procura da felicidade

Durante toda a existência, a humanidade vem tentando encontrar a receita para a felicidade, alguns chegaram a dizer que a encontraram, e até a conceituaram. Mas, não é tão simples. Alcançar a felicidade é uma tarefa difícil, no entanto, difícil não é impossível.

Para Aristóteles a felicidade não é um estado, mas sim uma atividade. Os Iluministas acreditavam numa felicidade que só poderia ser alcançada em conjunto, bastava que todos lutassem por uma sociedade justa. O conceito dos sofistas de que tudo é relativo, é o que melhor explica a felicidade, ela depende do ponto de referência, ou seja, cada um é diferente e consequentemente tem desejos incomuns, e alcançá-los traz a tão buscada felicidade.

Qualquer tentativa de decifrar esse sentimento não é válida para todos, mas todos podem explicá-lo para si. Porém, todas as pessoas são felizes em algum momento, acontece que a vida não é um mar de rosas, ocasiões tristes fazem parte dela, e esses momentos são importantes para sabermos quando realmente estamos felizes. Ninguém pode sentir frio sem nunca ter sentido o calor.

O que geralmente acontece, é ficarmos esperando por uma felicidade muito grande durante toda vida e deixarmos de lado as pequenas coisas, como um sorriso, a conquista de um amigo, isso é o que nos faz feliz, ou pelo menos deveria. Não desistir talvez seja o segredo, músicas, filmes e livros estão sempre abordando esse tema, e apesar de muitas vezes serem idealizados, deve-se confiar um pouco neles.

Como tudo na vida, a felicidade é algo mais complicado de se encontrar para alguns do que para outros, mas todos podemos alcançá-la, depende de como se vê e o que se espera da vida. No final poderemos avaliar se fomos ou não felizes, só no final. E enquanto isso, continuamos à procura.

-

Hoje o mar faz onda feito criança
No balanço calmo a gente descansa
Nessas horas dorme longe a lembrança
De ser feliz

Quando a tarde toma a gente nos braços
Sopra um vento que dissolve o cansaço
É o avesso do esforço que eu faço
Pra ser feliz

O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia

As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar.

Quando as sombras vão ficando compridas
Enchendo a casa de silêncio e preguiça
Nessas horas é que Deus deixa pistas
Pra eu ser feliz

E quando o dia não passar de um retrato
Colorindo de saudade o meu quarto
Só aí vou ter certeza de fato
Que eu fui feliz

(Fotografia - Leoni)

domingo, 16 de maio de 2010

17/05/2010 - 00:30
Como descrever? Eu me lembro de tudo, desde o começo, mas não sei porque eu não consigo transformar "nós" em palavras. Passei alguns minutos pensando e nada me veio a cabeça, só felicidade, acho que é isso que está me bloqueando, é felicidade demais. Portanto me perdoe se eu não conseguir encontrar as melhores palavras:
Foi a um ano e pouco atrás, eu costumo me esquecer como e quando conheci as pessoas mais importantes da minha vida, porém quanto a você eu não esqueci, e eu me lembrarei pra sempre como se fosse a um dia atrás, e assim você é, especial desde o princípio.
Desde então você tem se enquadrado em todas as descrições de amizade, seja a insosa dos dicionários ou a de Drummond, você tem sido a melhor, e como eu sempre disse, como um presente pra mim. Um presente que eu recebo todos os dias quando você abre o seu sorriso. Ah, o seu sorriso é só seu, como tudo em você, é indescritível e inesquecível.
Eu nunca imaginei que um dia, o que está acontecendo agora, aconteceria comigo. A ordem mais comum é que os dois se conheçam, se apaixonem, se tornem companheiros e grandes amigos e no final se amem. Bom, eu te amo bem antes de tudo acontecer. Me tornei seu amigo, o melhor, eu comecei a te amar e agora eu estou apaixonado. Eu repito, tem sido especial desde o princípio.
De agora em diante eu não sei o que vai ser, não vou planejar, talvez pela primeira vez vou fazer as coisas sem pensar no amanhã. Porém meu caro futuro, se assegure de que ela esteja comigo, senão eu nem sei!
Estar gostando assim de alguém é bom. Gostar desse alguém e saber que ele também gosta de você é muito bom. No entanto, gostar desse alguém, saber que ele também gosta de você e ter esse alguém, é sem dúvida, uma das melhores coisas do mundo.
Parabéns pelo seu dia, mas como sempre, quem ta me dando um presente é você. Eu te amo.

-

Let it be, let it be.
Let it be, let it be.
(The Beatles)


domingo, 2 de maio de 2010

Cada um tem a sua Alice


por Marilda Piccolo



A história de “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carroll sempre me fascinou, desde que ganhei o livro quando tinha por volta de 7/8 anos do meu irmão mais velho. Li e reli o livro inúmeras vezes, sonhei em ser Alice e muitas vezes discuti com o Gato de Cheshire sobre os caminhos de minha vida, os caminhos que devemos tomar quando não sabemos aonde queremos ir...

Depois de muito ler Alice, já adulta, concluí que a história era uma metáfora de como uma criança se sente ao chegar à escola: caindo em um buraco sem fim, chegando a um lugar onde há portas grandes e pequenas, vivendo determinadas situações nas quais ela deve ser “gente grande” e outras nas quais deve ser “gente pequena”, devendo acreditar que animais e plantas se comunicam e ir além, devendo conversar com animais e plantas, mas também tendo obrigação de obedecer regras de pessoas malucas e outras nem tanto e – por fim – tendo sempre um coelho branco a lhe dizer: está ficando tarde, muito tarde e você está sempre atrasada!

Agora chega Tim Burton com uma metáfora da metáfora e nos apresenta um país das maravilhas totalmente delirante (mais para o sentido de apaixonante do que para o de desvario), como uma alucinação hipnagógica, sabe daquelas quando estamos acordando de um sonho e ainda não temos a total dimensão da realidade e da fantasia? Pois bem, assim é “Alice in Wonderland” de Tim Burton, bem longe do que Lewis Carrol escreveu, mas nem por isso ruim. Ou talvez justamente ruim porque se afastou muito da metáfora que eu acreditei durante toda minha vida.

Em certo ponto do filme, comentei com meu filho “Acho que todos nessa wonderland consomem drogas deliberadamente para poder suportar a realidade do submundo”. Mas, apesar de tudo, eu gostei do filme, podem acreditar. Não foi a Alice dos meus sonhos, mas foi a dos sonhos dele!

sábado, 1 de maio de 2010

Prefácio ou Prólogo? Capítulo 1 talvez...

Sou um ser confuso, bipolar, incoerente e afins, minhas vontades estão sempre entre altos e baixos e minhas certezas se tornam dúvidas em poucos minutos ou segundos. Incerteza, desnível de sentimentos e indecisão fazem parte de mim.

Essa foi apenas uma introdução para chegar a uma conclusão: ela não merece isso. Ela não é qualquer uma, eu não posso dizer coisas e voltar atrás em seguida, ou me arrepender de ter dito, isso eu definitivamente não posso fazer, eu não deveria fazer com qualquer que seja, mas principalmente não com ela! Acima de tudo, ela faz parte de mim, e eu não posso arriscar perdê-la, mesmo que nunca a tenha por completo. Sua decepção ou desprezo seria o pior castigo, e deixá-la triste seria irrevogável, seria o fundo do poço para mim, e o fim para nós.

O desfecho dessa história só virá a tona quando eu estiver pleno sobre o que eu quero, o que realmente sinto, só quando isso for uma real certeza. Por enquanto eu só deixo por aqui os meus superlativos costumeiros. É complicadíssimo!

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You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know

Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

(The Beatles - "Something")

terça-feira, 27 de abril de 2010

Quando os filhos partem...

por Marilda Piccolo

Nunca se sabe quando os filhos vão embora, mas os pais sempre vão achar que é cedo demais. Por mais que você (como mãe ou pai) tenha lido trezentas e quarenta e sete vezes o poema de Kahlil Gibran (“Teus filhos não são teus filhos, são filhos e filhas do apelo da vida...”), por mais que você tenha se convencido ao longo da existência daquelas criaturas de que eles iriam partir: sempre é muito cedo.

Os filhos partem por muitos motivos: para estudar, casar, trabalhar, explorar cavernas, escalar montanhas, mergulhar em mares nunca dantes navegados... eles põem-se a caminho porque têm um mundo de coisas a fazer, de forma que sobra pouco tempo para repararem em nós. E não o fazem para nos ferir, na verdade, se querem nos ferir partir é a menor das armas. Eles têm que partir assim como a água de um rio corre, porém há sempre rios de águas frias/congelantes e rios de águas amenas.

É preciso aceitar a partida, porém sempre se fica com o coração na boca, mas a vida na terra não tem como prosseguir sem os rios que correm e os filhos que partem. Mas eles (e todos os filhos que já deixaram a casa dos pais, inclusive eu) precisam saber que depois que saem a casa fica com estranhos movimentos subterrâneos, às vezes cóleras vêm ter conosco e ainda há vezes como se austeros seres extra-terrestres ou inumanos viessem nos arrancar as declarações mais inconfessáveis.

A partir do dia da partida de cada um dos filhos, vive-se com um nó na garganta, ou melhor, com aquela sensação de falta de fôlego como quando se corre muito e de repente se pára, bruscamente.

Mas há o lado bom dos filhos partirem, você os vê grandes, crescendo na vida... Se partem é porque você lhes deu as penas das asas necessárias ao vôo, você lhes mostrou que há um céu, que nele há nuvens... Você lhes fez ver as lonjuras, você os desafiou às funduras, você lhes ensinou as regras e até mesmo como desrespeitá-las.

E o melhor dos filhos partirem é que eles voltam, em visitas rápidas, para comer aquele bolo que só você sabe fazer, para passar a madrugada conversando ou para buscar a mesada... Mas eles voltam, ah, voltam!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

it might change some when, but an end? there's no end!

As coisas poderiam estar melhores para nós, eu quero dizer, melhores entre nós. Não é mais o mesmo, eu percebo que não é, nós percebemos e todos sabem. É cedo para já estar mudando, e era cedo quando dissemos "para sempre". Mas, essa frase que diz que o "para sempre sempre acaba" já é uma contradição a partir do momento que é proferida, não dou muito valor pra ela, é cedo para dizer.

Nós, literalmente, enterramos nossas lembranças, nossos sonhos e nosso amor. Pode ser decomposto pela ação do tempo, agora eu digo num duplo sentido, mas um restinho estará sempre lá, isso é tão inevitável quanto a nossa separação, como uma faca de dois gumes.

Eu não estaria sendo verdadeiro se eu dissesse que nada mudou, pois mudou, mudou muito. No entanto, também seria uma inverdade dizer que está chegando o fim ou é o fim. Eu os amo, e o meu amor, amor de verdade, não acaba. Pra isso não tem fim!

Yeah we knew we had to leave this town
But we never knew when, and we never knew how
We would end up where we are
Yeah we knew we had to leave this town
But we never knew when, and we never knew how
Never knew anything
(Daughtry - "September")

domingo, 18 de abril de 2010

Família

"Quando nada mais importa, descobrimos o valor que damos a cada coisa, o sentido exato daquela caixa de música ou da lembrança mais remota da infância, que teima em voltar cada vez mais nítida." (Monique Revillion)

Era manhã quando recebi aquele telegrama, que fez eu me sentir de maneira inexplicável, não foi um bom sentimento. Ele dizia: “Edu, eu sei que você está distante, e que provavelmente você não está interessado em ver todos de novo, mas a Tia Maria está no leito de morte, e não para de falar de você. Eu sei que é pedir muito, porém, por favor, venha! Com carinho, sua prima Ju.” Num ato impensado e mal calculado, eu fui.

Eu havia me acostumado a ser sozinho, ter apenas minhas fotografias, meus hábitos e minha cultura, nada mais, e tive medo de ir e me desacostumar.

Durante o vôo, tudo começou a voltar na minha mente, às lembranças da infância, a casa na árvore, minha adolescência, e os motivos pelos quais eu me afastei tanto após a faculdade. Eu não suportava mais toda a intromissão dos irmãos e sobrinhos do meu pai, e não eram poucos. Com eles tudo sempre foi muito complicado, e eu acho que minha presença nunca fez diferença, talvez porque eu fosse o deslocado, como a ovelha negra. Um dia eu fui embora pensando em nunca mais voltar, e me afastei.

Cheguei à cidade, pouco havia mudado, ao atravessar aquelas avenidas cheias de palmeiras, e passar por aquelas quadras, eu não pude evitar, eu me lembrei de toda a minha vida naquele lugar, e lutei para conseguir ficar firme. Desci na casa da minha tia, hesitei antes de tocar aquela campainha antiquada que eu sempre adorei, até que eu toquei.

Minha prima atendeu a porta, e eu não posso descrever o olhar dela ao me rever, seus olhos brilhavam, ela me deu um abraço forte, e assim foi com os outros que estavam lá, enquanto eu atravessava o corredor eu fui recebendo carinhos sem palavras, meu coração já não cabia dentro do meu peito. Fui até a cama onde minha tia estava, e disse: “Oi tia!” Ela ficou me encarando maravilhada e respondeu: “Oi monstro!” Me deu um abraço e se foi, partiu. O meu apelido de infância foi a última coisa que ela disse.

No final das contas, todos eles estavam lá para me amparar, e a minha presença fez diferença para a minha família. Mas, a realidade cai de volta sobre nós, como uma bola de neve numa avalanche, novamente, eu tive que ir embora.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Coisa da cabeça isso não é, ninguém escolheria sentir tal sentimento racionalmente. A questão é que não é uma escolha, muito menos uma ligada as nossas conexões nervosas, ou as nossas faculdades intelectuais. Quem é que em sã consciência faz tudo por outro alguém, se faz inferior, ou melhor, se inferioriza? Quem é que, usando a cabeça, se deixa levar sem rumo e sem direção? Que ser racional não consegue se focar por causa de um sentimento? Me diz! Não, eu sei que isso não é coisa de gente que ta pensando não. É quase como um feitiço, só não digo que o é, porque o sobrenatural não é explicação pra nada. Mas, quem foi que disse que tem explicação? Como os insensatos dogmas, foi programado para não ser compreendido, e eu desprezo o não-entendimento.
É coisa inventada para auto punição, auto destruição. É indigno de respeito. É absurdo, estúpido, miserável e chega a ser cômico. É coisa dos loucos, que somos. E sim, eu estou falando de amor.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

(already) missing it, like hell

O futuro chegou mais rápido do que eu esperava, o que eu temia acontecer daqui a um tempo já está se mostrando realidade, é cedo, precipitado e inesperado, mas é o que é, infelizmente.
Para o meu futuro eu já aguardava ver os que estão longe cada vez mais raramente e com visitas pouco duradouras. Confesso que esperava mais intensidade, ficou em falta. Já imaginava que inevitavelmente iria acontecer, eu só não sabia e não queria que começasse agora. Não, eu realmente não quero.
As estações passaram e eu gostaria de dizer que nada mudou, não o posso. Em vez de estar indo de volta pra casa, estou a cada dia mais distante da mesma. Com esse intertexto e a nostalgia de sempre, eu termino o meu...

terça-feira, 9 de março de 2010

In my life

Dessa minha coleção de pessoas e sentimentos, eu pretendo guardar todos, no coração ou na memória. Nenhum deles é substituível.
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There are places I remember all my life,
Though some have changed,
Some forever, not for better,
Some have gone and some remain.

All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall.
Some are dead and some are living.
In my life I've loved them all.

But of all these friends and lovers,
There is no one compares with you,
And these memories lose their meaning
When I think of love as something new.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.

(The Beatles - In my life)

sexta-feira, 5 de março de 2010

saudade

Estou sentindo a falta de todos os que estão longe, a cada dia mais e mais do que nunca. Rever as fotos, cartas e tudo o que me faz recordar é um mix de sentimentos intensificados, felicidade, saudade, tristeza, saudade, amor, saudade. Basicamente, tudo é só saudade.

Tenho medo de poucas coisas, mas, confesso que o futuro, essa interrogação sem resposta, me assusta. Assusta-me porque eu sinceramente não sei, e não saber, me é quase insuportável. Eu não tenho idéia de onde eu vou estar ou o que eu estarei fazendo, e principalmente, quem eu ainda terei. Eu queria ter todos pra sempre, porém, alguns ou a maioria só vão ficar nas fotos, no pensamento e nas lembranças de um verão qualquer.

Bem que eu queria deixar toda a nostalgia e o saudosismo de lado, só que eu sou assim, um ser nostálgico, saudoso. No entanto, a racionalidade é o que me mantém erguido.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

messing up with things,
screwing up.
Call it whatever you like,
i call it life.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

It's time to... change

Yeah, it's time to say goodbye
Time to say goodbye to many things
Things that use to matter,
But doesn’t matter anymore.
Like people who I called a friend some when,
And I can’t call this way anymore.
I’ll keep in my life what worth the price,
And that is all.
The rest, I’ll keep too, but just in memories.
By the way, thanks for the memories.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Estou no século XXI, e o que antes me preocuparia já não me preocupa mais. Antigamente eu me preocuparia com o amor ou a falta dele, não mais, pois foi banalizado. Não só o amor, também a morte, o sofrimento, a fome e tantos outros, todos esses nós preferimos esquecer.

Mas, por mais que eu tente esquecer, algumas coisas ainda me assustam. Assusta-me os seres, que teoricamente deveriam ser racionais, darem mais importância a uma crise financeira do que a uma tragédia que matou milhares, nenhuma nação doou bilhões de dólares ao Haiti como fizeram pelos bancos que estavam à beira da falência, nem a imprensa deu tanta atenção para as tragédias.

Preocupam-me como alguns transformam vidas de pessoas em peças de um jogo de xadrez, peças essas que serão manipuladas, e quando abatidas vão para o esquecimento. Fico estupefato com a frieza que é o nosso individualismo, a forma como viramos as costas para os nossos descendentes inocentes que enfrentarão um mundo quente e a beira do fim.

Dá-me medo a forma como estamos paralisados em frente de tanta coisa vergonhosa, como robôs sem bateria, somos humanos preguiçosos. Eu e outros bilhões de pessoas tentamos esquecer os problemas que assolam o mundo, quando na verdade deveríamos lutar para resolvê-los, isso me assusta. E como mostraria Durkheim, o fato social patológico se tornou um fato social normal.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quando se ama alguém, o simples pensamento de perder essa pessoa nos deixa desolado, é como um buraco no peito. O inverso também ocorre, quando se está mal, a simples lembrança daqueles que amamos já nos faz melhor.
Mas, banalizamos o amor, e assim nós vamos, caminhando pela desumanização da humanidade.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Eu só espero, e torço com todas as forças, que o que as pessoas hoje na minha vida significam pra mim não se torne um dia apenas uma memória do passado.

domingo, 3 de janeiro de 2010

2010? é indefinido

A sensação é a mesma de um ano atrás, novamente é como se eu tivesse acabado de chegar, só que dessa vez tenho experiência e segurança para estar aqui, não é mais um tiro pro alto, é certeiro. Só espero não perder tudo o que novamente estou deixando para trás, pode ser egoísmo, mas os quero sempre lá, aguardando por minha breve volta. Serei sempre um saudosista, sentir a falta é inevitável, só devo ser mais forte para aguentar visitas mais rareadas e para suportar momentos de solidão.

Desse ano eu não espero nada, na verdade não espero nada de nada, superestimar o futuro é uma grande besteira, pois muitas vezes ele nos frustra.