quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Há muito quero escrever sobre o que se passa. Eu já o teria feito, se eu não travasse diante das palavras em todas as minhas falhas tentativas. Por isso, não vou me preocupar em ser claro, nem belo ou poético, vou simplesmente despejar as palavras.
Foram três anos intensos, bem no início, eu desejei que passasse rápido. Passou, e agora que acabou, eu queria que meu desejo não fosse realizado, percebi que há mais na vida do que aumentar a velocidade. Conheci aqui nesse lugar, todo tipo de gente, fiz amizades que já são memória eterna e criei laços, que mesmo sendo singelos vão fazer falta. É desesperador pensar em ver pela última vez certos rostos, ouvir vozes, querendo ou não, foram essas pessoas que compuseram a minha rotina por um bom tempo.
Será que eu vou voltar? Quantos vão seguir comigo? Vai chegar um certo momento em que há apenas consideração, não mais amizade? Eu vou mesmo lembrar? E eles, vão? Eterno? Eu nem sei o que é isso.
Bem, não adianta ficar preso ao passado, todos devemos estar olhando pra frente. Obrigado pelas memórias.

domingo, 21 de agosto de 2011

Amigos não são as pessoas mais agradáveis, e nem são os que ficam te paparicando. Amigos são aqueles que sabem ser duros, os que te dizem a verdade, e, principalmente, tem a maturidade para perceber seus erros quando você os mostra a eles, e ainda, a serenidade para te perdoar quando você é imaturo, ou quando você diz aquela grande merda que eles não mereciam escutar. São feitos de coisas concretas, não apenas palavras sem lastro. Eles raramente dizem 'eu amo você', porém, reconhecemos um amigo quando nós simplesmente sabemos. São muito cansativos, no entanto, só a possibilidade de perdê-los já me estremesse os ossos. Mesmo estando distante, os amigos sabem quando você só está tendo uma crise de egocentrismo - o melhor: eles entendem, apesar de te repreenderem (com razão) - ou quando você realmente precisa deles, e nesse caso, eles vão parar tudo para te ouvir, sem dar muitos conselhos, mas um abraço, um que passará segurança. Demorei muito para perceber que os amigos são poucos, e que você não precisa sair com eles todo final de semana, mas será ótimo quando o fizerem.
Falar de amizade é bem senso-comum, mas algumas coisas precisam ser ditas, mesmo que sejam piegas ou clichê. 
Eu tenho amigos, uns poucos e bons, e eles com certeza não são as pessoas mais agradáveis, porém são brilhantes em sua singularidade, incomparáveis, e mais importante: reais. 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Individuais

Nós, humanos, fazemos amizades, criamos laços e nos comovemos com problemas e tragédias alheias, porém, ainda assim, somos seres individuais, algo que não podemos mudar. Apesar de nos sentirmos mal pelas perdas e tristezas nas vidas dos outros, é algo que só passa pela nossa mente, e, no final das contas, o problema não é nosso, nós não podemos sentir a dor que não nos pertence. Analisando, é um pouco abominável. Pessoas estão morrendo em hospitais, e apesar de você até se preocupar por um tempo, suas preocupações próprias sempre prevalecem, não importa se são sobre ir ou não ao shopping amanhã. Não precisamos nos sentir culpados, é a nossa natureza falando mais alto. Além disso, o mundo não para quando o mundo de apenas alguns está parado.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

impassível, apático, uma vida sem gosto, ou com gosto de azedo

Sabe quando você não se sente feliz, e nem vê nenhuma perspectiva de mudança aparente? Pois é.
Nem sei explicar, ou sei, não sei, vai saber... Parece que quando tudo deveria estar perfeitamente organizado na minha cabeça, na verdade está um perfeito descompasso. Quando deveríamos estar mais unidos do que nunca, estamos mais separados do que já algum dia estivemos. Isso me faz pensar, que nada que eu fiz até hoje valeu a pena. Sinto que eu andei 17 anos por esse mundo, e foi/tem sido em vão, aliás, se ainda eu tivesse andado, fiquei parado. Esse não é o maior problema, o pior é pensar que eu posso continuar imóvel. Me sinto um espectador da vida, de uma que nem é assim tão interessante. Estou com medo. Tenho medo de - novamente - ir embora e de novo me despedir, e, paradoxalmente, ao mesmo tempo sinto medo de não ir embora, o que significa que eu falhei. 

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É simples a ideia de deixar a tristeza, nostalgia e todas essas sensações que me travam, para trás. Porém, nem toda ideia simples pode facilmente deixar de ser abstrata para tornar-se concreta. O mesmo acontece com pensar em recomeçar, dessa vez sendo um protagonista. Coitado de mim, confesso que me superestimo, me vejo sendo muito diferente de todo o resto, quando na verdade, sou tão comum como qualquer outro, talvez mais comum que a maioria, e até mais apático, vivendo impassível em um mundo piegas.
Isso pode parecer só 'poetic bullshit', e nem isso é, tire a palavra 'poetic' e teremos o que realmente é.

domingo, 20 de março de 2011

saudade diferente

Posso, facilmente, confundir atração com amor, ou melhor, paixão. Sei que nesse momento estou imutavelmente atraído. Eu não quero estar de volta, porém, estou a ponto de querer, só para poder ter de novo seu corpo junto a mim, seus lábios colados aos meus - your body is a wonderland. Felizmente, ou infelizmente, meu imutável costuma ser bem mutável.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

sadness is my best friend tonight

E quem foi que disse que com o passar do tempo, as coisas se vão? A saudade não é abafada pelo vento que voa, pelo sol que amanhece e entardece ou pela mudança das estações, e nem é arrastada pela chuva que escorre na minha janela.
A tristeza é varrida para de baixo do tapete, mas todos nós sabemos que ela continua lá, escondida, e ela não é água que evapora, como o pó, ela continua entre nós. E quando um vento mais forte agita as cortinas, os tapetes e sopra a antiga mobília, o pó levanta para o ar, e é impossível que ele não nos contamine o pulmão e se propague, infecciosamente, pelo corpo inteiro. Em certo momento ele é expelido de nosso corpo, volta para seu  esconderijo usual, porém, quando o vento novamente soprar, tudo se repete. A luta entre os opostos, tristeza e felicidade é um círculo vicioso, não acaba. No momento de transição entre os opostos - o mais duradouro - nos acomodamos, beiramos a apatia.
Estamos a todo tempo implorando por verdade e sinceridade, está ai, uma verdade indubitável, nos acomodamos entre o triste e o feliz. A verdade é agradável? Nem sempre.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

vai lá vô

Apesar dos apesares, que são muitos, você vai fazer falta. Você tinha essa incrível capacidade de me deixar puto, realmente irado, e eu digo incrível pois nem todo mundo consegue fazer isso comigo. Acho que eu ficava assim tão bravo porque eu normalmente retruco com as pessoas em geral, mas você era diferente, tinha todo esse discurso sobre respeitar os mais velhos e te chamar de "senhor", e no final eu acabava dizendo: ta bom vô, o senhor ta certo - o que me deixava muito aborrecido. Agora que você se foi, eu nem consigo te achar assim tão malvado. Seu sacana!
Eu lembro que quando você ficava bem doente, vinha com esse papo de que era tão duro assim comigo porque não queria que eu me tornasse um pamonha. Ai vô, eu nunca serei um pamonha, pode ficar tranquilo. Mas, mesmo assim, obrigado por se preocupar. Ser durão sempre foi uma fachada, no fundo você é uma manteiga derretida, todo mundo sabe que você chorava escondido no Natal quando tava todo mundo aqui reunido, e todo mundo sabe que você teve muito orgulho de nós, e mesmo não sabendo demonstrar, amava muito todos nós. Não é porque você morreu que eu vou sair falando que era a melhor pessoa do mundo, no entanto, você foi um bom homem.
Há pouquíssimo tempo que você se foi, e já é difícil andar por essa casa e não te ver em todos os lugares. E é estranho não estar o tempo todo preocupado com o seu julgamento, acredite ou não, eu estava. Era um orgulho pra mim quando você estava orgulhoso de mim, quando você pedia uma cópia do meu boletim e etc...
Foi barra ver você naquele caixão, não por estar morto, para mim, você estava só dormindo, porém eu sabia que era a última vez que eu veria seu rosto, isso é difícil. E também é difícil falar de você no pretérito. Pra falar a verdade, nesse momento, tudo por aqui está difícil.
Você pode ter deixado todo tipo de herança para todo mundo, mas para mim você deixou a mais importante e algo que eu vou levar para o resto da minha vida, o seu nome. Agora, eu não sou mais o 'xará', eu sou o Oswaldo, o único que ficou.
Até qualquer dia vôzão, um abraço forte, e descansa em paz, aonde quer que esteja. Por aqui, nossa vida continua, levando você no coração.

ps: não se preocupa com a vó, eu vou ficar aqui com ela e vou cuidar dela.

domingo, 16 de janeiro de 2011

novos dias

"O sol se põe se vai

E após se pôr

O sol renasce no Japão"

Amanhã é um novo dia, e ás vezes, nós achamos que sabemos tudo sobre ele. Bem, nós não sabemos nada. Angustiante? Muito! 
Quando hoje é um dia triste, esperamos que amanhã seja, pelo menos, melhor. E quando hoje é um bom dia, esperamos que o próximo seja tão bom quanto. Porém, a verdade é que só podemos esperar. 
Cada nascer do sol, significa uma nova batalha, e por mais que a vida seja o maior de todos os presentes, ela não é fácil, e apesar de demorarmos nove meses para adentrar nesse mundo, podemos sair dele em um piscar de olhos.  
Nós humanos costumamos nos superestimar demais, quando na verdade somos apenas simples seres que não sabem de nada e que não tem controle algum sobre o que nos aguarda.
É fácil dizer "bola pra frente", ouvir, nem tanto, porém, necessário. Superar e aceitar perdas irreversíveis como a morte, são os desafios que temos que enfrentar. Em algum momento nós superamos, a vida sempre vai continuar e o mundo, cruelmente, vai continuar girando . Já aceitar, é complicado. "Era pra ser." Isso não existe, é o tipo de coisa que não dá pra aceitar, no entanto, ainda assim, a vida continua. Agora, o que podemos e devemos aceitar é: Nós nunca vamos mudar o que já foi, o leite que já foi derramado.
Hoje é um dia de luto, mas amanhã é um novo dia. Desse dia que vem, eu espero o melhor, eu só espero. 

É preciso realmente viver, para se estar vivo. Carpe diem.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eu sinto que eu estou sentindo falta. Normalmente, sente-se falta de algo. Bem, do que eu sinto falta não tem nome ou não existe. É só aquele vazio interno, como se algo estivesse faltando, só não se sabe o que. Saudade do invisível, porém sensível, e ainda assim, saudade.
Eu não sei o que vai ser de mim esse ano. É, na verdade, eu não sei nada sobre o futuro. Sobre 2011 eu sei uma coisa: falhar não é uma possibilidade.