domingo, 26 de fevereiro de 2012

Escrevi esse texto há cerca de um mês, tava me sentindo que nem lixo, contudo, as coisas mudaram pra caramba, minha visão se transformou, agora eu vejo tudo diferente, meus desejos mudaram e não há arrependimentos. Mas, foi um período longo e marcante, merece ser compartilhado. (27/03/2012)

Posso dizer que sou racional e tudo, mas eu idealizo demais. Isso que é foda, eu passei três anos da minha vida esperando pelo dia que iam jogar tinta na minha cara, raspar minha cabeça e iria ser o dia mais feliz da minha vida, "uma emoção singular". Eu queria estar orgulhoso de mim, por ter conquistado alguma coisa, e eu realmente queria que as pessoas me olhassem e pensassem: porra, que cara foda. Mas, não. Eu nunca conquistei nada de realmente importante, não algo para o qual eu tenha me esforçado. Eu to em uma boa universidade, eu sei disso, mas entrar lá foi tão fácil como dar um passo. Eu dispensei Unesp, tipo, quem faz isso? Será que eu fiz o certo? Vai ser o ''e se'' eterno da minha vida. Eu fico vendo todos ao meu redor comemorando sua aprovação, realmente felizes, ou outros lutando para serem aprovados. E eu? Eu já to na faculdade, a hora de ser feliz já chegou, mas felicidade, cadê você?? Meus sentimentos vão de tristeza a apatia, no máximo. Quando eu não estou me lamentando, eu simplesmente não estou sentindo nada, mesmo que a beleza esteja explodindo à minha volta. Autopiedade, isso eu sinto bastante. 
O fato é, eu e todo o resto me superestimaram demais, nós esperávamos de mim mais do que eu teria de força ou capacidade, e é isso ai, ta na hora de encarar minha mediocridade. Capacidade? Talvez eu até tenha, mas falta grana e coragem pra encarar um cursinho. 
Acho que me proporcionaram por muito tempo a vida em um mundo que não era o meu, e agora, esse tempo acabou e eu estou tendo que aprender a andar sozinho nesse outro mundo que eu não conheço. Se essa vida não melhorar, eu vou querer muito voltar para as minhas equações de física e simples preocupações com a prova do final de semana, e assim, no caminho pra ficar preso ao passado.
Eu penso demais e não fico contente com pouco. Hemingway disse que pessoas inteligentes raramente são felizes. Eu abro mão da minha inteligência, mas me dá um pouco de alegria. Abro mão, será?
Minha mãe diz que eu sou ateu por conveniência. De fato, não ir a Igreja aos domingos e não me sentir culpado por isso é muito conveniente. Porém, acreditar que as coisas vão melhorar, ter alguém para pedir e depositar suas esperanças e ter fé que tudo vai dar certo no final, me parece bem mais conveniente. Bem, esperança é uma coisa que ta em falta na minha prateleira.
Eu sou, hoje, um quarto quase vazio.

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